Economia

A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo

A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo
  • Publishednovembro 25, 2025

A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central na semana passada, expôs falhas na regulação financeira e gerou prejuízos para investidores e para o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A medida foi tomada após a prisão preventiva do presidente do banco, Daniel Vorcaro, acusado de fraudar R$ 12,2 bilhões do sistema bancário.

O Banco Master, com R$ 41 bilhões em depósitos sob garantia do FGC, registrou o maior resgate da história do fundo, que arcou com um terço do seu caixa para ressarcir cerca de 1,6 milhão de investidores. O montante afetado representa R$ 40 bilhões, superando o maior resgate anterior, do Banco Bamerindus, em 1997.

Especialistas afirmam que o prejuízo será socializado entre os investidores, que contribuem indiretamente para o fundo ao receberem menores retornos nos títulos bancários, como CDBs e letras de crédito. A taxa cobrada dos bancos, atualmente em 0,01% sobre depósitos, é repassada ao investidor, que assume o custo da proteção oferecida pelo FGC.

O crescimento acelerado e atípico do Master, que oferecia rendimentos de até 160% do CDI, aliado a investimentos em ativos de baixo valor e alto risco, como precatórios e participações em empresas deficitárias, indicou problemas antecipados. O FGC chegou a conceder um empréstimo emergencial de R$ 4 bilhões ao banco em maio deste ano.

Além do caso Master, outras falhas regulatórias recentes no sistema financeiro, como vulnerabilidades em débitos automáticos do INSS e ataques hackers a instituições de pagamento, também chamam atenção para a necessidade de ajustes. O Banco Central, apesar de iniciativas que ampliaram o mercado financeiro, deve agora endurecer regras para impedir novas crises.

Andrea Troster, economista e sócio da consultoria Troster & Associados, destaca que o Banco Central demorou a intervir na situação do Master, mas evitou a fusão do banco com o BRB, operação investigada pela Polícia Federal. O episódio evidenciou vínculos do banco e de seu presidente com figuras políticas e ex-autoridades do governo.

A possibilidade de mudanças no FGC está em discussão, incluindo a redução do valor segurado de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e a limitação da cobertura ao valor investido, sem os rendimentos. A proposta busca que investidores avaliem melhor os riscos e a saúde financeira das instituições emissoras.

No entanto, especialistas divergem sobre essas alterações. Troster defende a redução do limite segurado, mas se opõe a restringir a cobertura aos rendimentos. Alexandre Chaia, professor do Insper, considera as mudanças punitivas e ressalta a importância do BC focar na solidez patrimonial dos bancos.

Para mitigar riscos, o Conselho Monetário Nacional já impôs novas regras que restringem a alavancagem excessiva de bancos associados ao FGC. A partir de junho de 2025, instituições com dívida superior a dez vezes seu patrimônio líquido deverão aplicar recursos excedentes em títulos públicos, considerados seguros.

A crise do Banco Master reforça o papel do FGC na proteção contra crises bancárias, evitando impactos sistêmicos na economia. Contudo, também alerta para a necessidade de aprimoramento das regras de supervisão e de maior cautela dos investidores na escolha de produtos financeiros, especialmente com instituições menores.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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Caio Marcio

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