O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durig

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta segunda-feira (24) que a situação financeira dos Correios é “muito ruim” e que o governo decidiu aumentar o monitoramento das estatais após identificar risco fiscal relacionado à empresa. A medida foi adotada para evitar impactos negativos como os evidenciados no último Relatório Bimestral de Receitas e Despesas.
O relatório apontou que os prejuízos projetados pelos Correios podem chegar a R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 23 bilhões em 2026, caso não sejam adotadas medidas efetivas. Segundo Durigan, esses resultados influenciam diretamente o desempenho fiscal do governo e ressaltam a necessidade de maior rigor na supervisão das estatais.
Foi solicitado aos Correios um plano robusto de reestruturação, que deve ser apresentado nas próximas semanas. O documento deverá conter estratégias para recuperar a sustentabilidade financeira da empresa pública. Após a entrega do plano, o governo vai avaliar as ações propostas e definir os próximos passos, podendo incluir intervenções específicas.
Durigan afirmou que, apesar do acompanhamento já existente, o caso dos Correios evidenciou a necessidade de aprimorar o monitoramento, especialmente por meio da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR). O objetivo é tornar o acompanhamento mais contínuo e eficaz.
“O resultado muito ruim da empresa causa impacto negativo no bimestral. Se não fossem os Correios, poderíamos estar num cenário um pouco melhor”, disse o secretário. Ele acrescentou que o plano de reestruturação deve ser “ousado e, ao mesmo tempo, cuidadoso”.
Além de exigir o plano, a Fazenda já solicitou dados detalhados, projeções e as medidas que os Correios pretendem adotar para evitar a deterioração fiscal. O governo pretende reforçar o acompanhamento periódico de todas as empresas estatais para prevenir situações similares.
O secretário destacou que a situação dos Correios serve como alerta para o governo ampliar sua vigilância sobre outras empresas públicas. Essa iniciativa visa garantir maior transparência e controle das finanças dessas companhias, contribuindo para a estabilidade fiscal do país.
A previsão é que o plano de reestruturação da empresa seja entregue ainda neste ciclo de avaliação, e que as definições sobre as ações a serem tomadas pelo governo ocorram logo em seguida. A intenção é garantir que os esforços de recuperação tenham impacto efetivo e reduzam o risco fiscal associado.
Esse caso também pode influenciar a forma como a governança corporativa das estatais será conduzida no futuro, com potencial para mudanças nos processos de supervisão e maior rigor nas avaliações financeiras e operacionais das empresas públicas.
O acompanhamento reforçado visa evitar que outras estatais enfrentem crises financeiras que prejudiquem o equilíbrio fiscal e a execução orçamentária do governo federal.
Palavras-chave: Correios, Ministério da Fazenda, Dario Durigan, estatais, reestruturação, fiscalização, desempenho fiscal, governo federal, prejuízo financeiro, CGPAR, supervisão, plano de recuperação, sustentabilidade financeira, controle estatal.
Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com