A Meta encerrou uma pesquisa interna sobre os efeitos do

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A Meta encerrou uma pesquisa interna sobre os efeitos do Facebook na saúde mental de seus usuários após identificar evidências de que a plataforma causava danos, revelou um processo judicial movido por distritos escolares dos Estados Unidos em dezembro de 2023. A ação alega que a empresa ocultou provas que demonstravam prejuízos psicológicos, especialmente a adolescentes, e minimizou os riscos perante autoridades.

O processo, apresentado na Califórnia, cita o “Projeto Mercury”, estudo da Meta em parceria com a Nielsen realizado em 2020, que mostrou que usuários que desativaram o Facebook por uma semana relataram menos sintomas de depressão, ansiedade e solidão. Apesar dos resultados apontarem para um impacto negativo da rede social, a Meta decidiu interromper o projeto. Documentos internos indicam que a empresa justificou o cancelamento afirmando que as conclusões foram influenciadas pela cobertura negativa da mídia.

Fontes internas, porém, confirmaram a validade científica do estudo e compararam a conduta da Meta à da indústria do tabaco, que também teria ocultado pesquisas prejudiciais ao público. O processo acusa a Meta de informar falsamente ao Congresso dos EUA que não possuía dados suficientes para quantificar os danos causados a meninas adolescentes.

Em resposta, o porta-voz da Meta, Andy Stone, afirmou que o estudo foi suspenso devido a falhas na metodologia e destacou que a empresa trabalha para aprimorar a segurança dos produtos. Stone ressaltou que a Meta tem investido mais de uma década em pesquisas e mudanças para proteger adolescentes. Ele classificou as acusações como distorções baseadas em citações retiradas de contexto e opinou que a política da empresa para o combate ao tráfico sexual é rigorosa.

Além da Meta, o processo movido pelo escritório Motley Rice também envolve Google, TikTok e Snapchat. Os distritos escolares acusam as plataformas de ocultar voluntariamente riscos, incentivar o uso por crianças menores de 13 anos, e não combater adequadamente conteúdos de abuso sexual infantil. As empresas também seriam acusadas de tentar ampliar o uso por adolescentes durante o horário escolar e de pagar grupos de proteção à infância para defenderem publicamente a segurança de seus produtos.

No caso específico do TikTok, os documentos indicam que a empresa patrocinou a National PTA e teria influenciado a associação para emitir declarações favoráveis à plataforma, chegando a afirmar internamente que controlava as ações do grupo.

Os documentos entregues no processo apontam ainda que a Meta teria projetado funcionalidade de segurança para jovens de forma ineficaz e bloqueado testes de ferramentas mais rigorosas para proteger os usuários, por receio de prejudicar o crescimento da rede social. A empresa estipulava um limite alto para remover contas de usuários suspeitos de tráfico sexual, exigindo que fossem flagrados 17 vezes antes da exclusão definitiva.

Segundo o processo, a Meta admitia que a otimização do algoritmo para engajar adolescentes aumentava a exposição desses usuários a conteúdos nocivos, mas manteve essa prática para manter o crescimento da plataforma. A empresa também teria adiado medidas contra o contato de predadores infantis com menores, pressionando equipes internas a criarem justificativas para a inação.

Em mensagens internas de 2021, o CEO Mark Zuckerberg teria declarado que a segurança infantil não era prioridade diante de outras áreas de foco, como o desenvolvimento do metaverso. Além disso, teria desconsiderado propostas de seu diretor de políticas públicas para ampliar o financiamento de iniciativas de proteção a crianças.

A Meta rejeita as acusações e afirma que as medidas de segurança para adolescentes funcionam, além de ter políticas rígidas para remoção de contas associadas a tráfico sexual. A empresa acredita que o processo apresenta uma imagem distorcida dos seus esforços e enfatiza o compromisso contínuo com a proteção dos jovens.

Uma audiência sobre o caso está marcada para 26 de janeiro de 2024 em um tribunal distrital da Califórnia. O desdobramento desse processo pode acarretar mudanças na regulamentação e no funcionamento das plataformas de mídia social quanto à segurança e transparência.

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Fonte: g1.globo.com

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Fonte: g1.globo.com

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