Prakazrel “Pras” Michel, ex-integrante do grupo Fugees, foi condenado a 14 anos de prisão nesta quinta-feira (20) por atuar como agente não registrado de interesses estrangeiros nos Estados Unidos. A sentença foi proferida em um tribunal federal de Washington, que identificou seu envolvimento em um esquema ilegal de lobby beneficiando o governo chinês e um empresário da Malásia.
Segundo os autos do processo, Pras usou sua fama e conexões para influenciar decisões políticas em favor de interesses estrangeiros sem comunicar as autoridades americanas, o que configura crime. Ele teria recebido milhões de dólares para defender esses interesses, incluindo estratégias para proteger pessoas investigadas nos EUA.
Um dos principais envolvidos no esquema foi o empresário malaio Jho Low, acusado de desviar bilhões de dólares do fundo público da Malásia. Pras teria recebido recursos para realizar doações ilegais à campanha presidencial de Barack Obama em 2012 e para tentar convencer autoridades americanas a suspender investigações contra Low.
Além disso, o ex-rapper atuou em nome do governo chinês, pressionando os EUA para extraditar um dissidente chinês que estava protegido no país. Essa atividade contribuiu para o aumento dos ganhos financeiros ilegais de Pras e ampliou sua exposição criminal.
Embora jamais tenha ocupado cargo público, Pras utilizou sua influência e contatos pessoais para abrir portas dentro do governo dos Estados Unidos e servir como intermediário para interesses estrangeiros. A Justiça estima que ele movimentou cerca de 100 milhões de dólares de maneira clandestina ao longo das ações ilegais.
Pras foi condenado por dez acusações, incluindo conspiração, fraude e atuação não registrada como agente estrangeiro. A Justiça classificou a conduta como traição devido à sua atuação contrária aos interesses dos Estados Unidos.
Além da pena de 14 anos de prisão, Pras precisará cumprir três anos de liberdade condicional após o fim da sentença. A condenação reforça o foco das autoridades americanas no combate a influências ilegais na política nacional.
O caso de Pras Michel destaca os riscos associados à atuação clandestina em defesa de interesses externos nos EUA e reforça as medidas contra crimes relacionados ao lobby ilegal e à influência estrangeira na política americana.
Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com

