A Justiça Federal de Brasília determinou que os executivos presos na Operação Compliance Zero, entre eles Daniel Bueno Vorcaro, presidente do Banco Master, permaneçam detidos na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, sem possibilidade de transferência para presídios estaduais. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (19), após a prisão dos envolvidos na terça-feira (18), em uma investigação sobre a emissão de títulos de crédito falsos.
Sete executivos do Banco Master estão detidos na carceragem da PF na Lapa, Zona Oeste de São Paulo. A operação da Polícia Federal apura um esquema envolvendo a venda de CDBs com promessa de retorno até 40% acima da taxa básica do mercado, considerada irreal pela investigação. O montante movimentado pela organização pode ter chegado a R$ 12 bilhões.
Daniel Vorcaro foi preso no aeroporto de Guarulhos na segunda-feira (17), quando tentava embarcar em um avião particular com destino a Malta. A defesa do banqueiro alegou que ele não estava fugindo, mas se deslocando para uma reunião com investidores em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Após audiência de custódia, a prisão foi mantida.
Nesta quarta-feira, os advogados de Vorcaro impetraram um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), contestando a necessidade da prisão, já que o Banco Master foi liquidado pelo Banco Central. A defesa anexou documentos que indicam compromissos do empresário no exterior e ressaltou que ele está proibido de gerir instituições financeiras por ordem judicial.
A Operação Compliance Zero cumpriu sete mandados de prisão, incluindo quatro diretores e um dos sócios do banco, Angelo Antônio Ribeiro da Silva. Também foram realizadas 25 buscas em cinco estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal. A investigação apura crimes como gestão fraudulenta, organização criminosa e gestão temerária.
No início de outubro, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e bloqueou os bens dos controladores e ex-administradores. A decisão suspendeu uma negociação em andamento para a venda da instituição ao consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira, que contava com investidores dos Emirados Árabes Unidos e previa aporte de R$ 3 bilhões para reforçar o capital do banco.
Antes da tentativa da Fictor, o Banco de Brasília (BRB) havia tentado adquirir o Banco Master. O negócio, anunciado em março, foi barrado em setembro pelo Banco Central, que apontou falta de comprovação da viabilidade econômico-financeira da operação. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Câmara Legislativa do Distrito Federal haviam aprovado a transação.
As investigações da Polícia Federal começaram em 2024, com base em solicitações do Ministério Público Federal. O foco é a criação e venda de carteiras de crédito fictícias por instituições financeiras, que teriam sido repassadas a outros bancos e substituídas por ativos sem avaliação técnica adequada.
A Justiça determina que os presos da operação permaneçam na carceragem da PF para garantir a segurança e eficácia das investigações. A manutenção da prisão e o impedimento de transferência para presídios estaduais refletem o andamento do processo judicial e o risco considerado pelas autoridades.
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Fonte: g1.globo.com
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