Paul McCartney lançou em dezembro uma faixa silenciosa em protesto contra um projeto britânico que flexibiliza direitos autorais para inteligência artificial (IA). A canção integra a reedição em vinil do álbum “Is This What We Want?”, que reúne artistas contra a proposta.
A faixa, chamada “Bonus Track”, tem duração de 2 minutos e 45 segundos e consiste em gravações feitas em estúdios vazios, acompanhadas de ruídos. Esse material faz parte de um álbum coletivo lançado digitalmente em fevereiro de 2025, com a intenção de denunciar o impacto das novas regras sobre a indústria musical.
Mais de mil músicos, entre eles Annie Lennox, Damon Albarn, Jamiroquai e Max Richter, participaram do projeto. A iniciativa solicita ao governo do Reino Unido que não aprove a alteração na lei de direitos autorais que facilitaria o uso da produção artística para o treinamento de modelos de IA sem a necessidade de autorização ou pagamento aos autores.
A edição em vinil do álbum, com apenas mil cópias, foi disponibilizada em 8 de dezembro e inclui a faixa inédita de McCartney. O conteúdo gravado em espaços vazios visa ilustrar a ameaça percebida pelos músicos à sustentabilidade de sua profissão caso o projeto se concretize.
Paul McCartney, de 83 anos, já havia assinado uma carta aberta junto a cerca de 400 artistas, entre eles Elton John, Coldplay e Dua Lipa, que pede a proteção da indústria musical britânica diante das mudanças legais previstas. A proposta está prevista para ser apresentada oficialmente em 2026.
O executivo trabalhista defende o projeto de lei que excluiria a obrigação das empresas de IA em buscar autorização e remunerar autores pelo uso de suas obras para treinamento dos algoritmos. Essa flexibilização motivou reação negativa no setor artístico.
Um estudo promovido pela associação UK Music, divulgado recentemente, revela que dois em cada três artistas e produtores entrevistados enxergam a inteligência artificial como uma ameaça para suas carreiras. Essa percepção reforça a mobilização contra as modificações propostas.
A mobilização do setor musical revela as preocupações com os impactos econômicos e criativos que o avanço da IA pode causar, especialmente no que diz respeito à proteção da autoria e remuneração justa.
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Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com

