Economia

O Banco Central decretou nesta terça-feira (18) a

O Banco Central decretou nesta terça-feira (18) a
  • Publishednovembro 18, 2025

O Banco Central decretou nesta terça-feira (18) a liquidação extrajudicial do Banco Master, após investigações apontarem fraudes financeiras e emissão de títulos irregulares. A decisão ocorre diante da deterioração financeira da instituição e da prisão do presidente Daniel Vorcaro e três diretores, suspeitos de envolvimento em esquema com valores que podem chegar a R$ 12 bilhões.

O Banco Master vinha enfrentando dificuldades financeiras desde 2022, causadas pelo alto custo de captação e exposição a investimentos de risco com juros muito acima do mercado. Tentativas de venda da instituição, inclusive para o Banco de Brasília (BRB), foram interrompidas por órgãos de controle devido à falta de transparência e suspeitas nas operações.

O banco oferecia CDBs com taxas que chegavam a 180% do CDI, muito superiores ao padrão do mercado, o que levantou suspeitas. Segundo especialistas, essas remunerações indicavam a tentativa de captar recursos rapidamente para cobrir déficits, uma vez que o Master perdeu o acesso a crédito barato de grandes instituições.

As investigações apontam que o banco utilizava ativos fictícios para simular liquidez. Parte dos R$ 50 bilhões em CDBs emitidos foi aplicada na compra de carteiras de crédito falsas da empresa Tirreno, que posteriormente foram vendidas ao BRB por R$ 12,2 bilhões, sem documentação adequada. Essas operações ocorreram durante as negociações entre BRB e Banco Master, que não foram concluídas.

Com a liquidação, todas as operações do banco foram encerradas imediatamente, e um liquidante nomeado pelo Banco Central passou a controlar a instituição. Ele será responsável por identificar bens, levantar dívidas, preservar documentos e iniciar o pagamento dos credores. Todas as obrigações vencem antecipadamente, acionando o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para ressarcimento de investidores e correntistas até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.

Investidores que possuem valores acima desse limite estarão na lista de credores e poderão receber via processo de massa falida, que costuma ser mais demorado. Produtos como fundos de investimento não são cobertos pelo FGC, pois o patrimônio é segregado e só haverá troca de administrador. Saques, transferências e pagamentos ficam suspensos até novas orientações.

Advogados explicam que a liquidação extrajudicial faz com que o banco fique “congelado” para organizar ativos e passivos, como um balanço com as portas fechadas. Os clientes com dívidas devem continuar pagando normalmente, já que as obrigações não são suspensas pela liquidação.

O Banco Central ampliará as investigações para determinar as causas da quebra e ampliar apurações sobre possíveis irregularidades. A Polícia Federal atua em conjunto com o BC e o Coaf para investigar práticas de gestão fraudulenta, falsidade documental, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas podem chegar a até 12 anos de prisão.

Casos similares de liquidação extrajudicial foram registrados em bancos como Santos, Cruzeiro do Sul e Banco Nacional, que também enfrentaram problemas de gestão e fraude.

A decisão da liquidação e os desdobramentos indicam um esforço para proteger o sistema financeiro e os investidores, mas também apontam para a complexidade e os riscos associados a instituições que operam com práticas financeiras irregulares.

Palavras-chave relacionadas: Banco Master, liquidação extrajudicial, Banco Central, CDB, Fundo Garantidor de Créditos, fraude financeira, carteira de crédito falsa, Daniel Vorcaro, Banco de Brasília, investigação Polícia Federal, investimentos bancários, mercado financeiro, gestão fraudulenta, Risco bancário, crise bancária.

Fonte: g1.globo.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

Leave a Reply