Economia

Indígenas da aldeia Tupinambá do Acuípe de Cima

Indígenas da aldeia Tupinambá do Acuípe de Cima
  • Publishednovembro 18, 2025

Indígenas da aldeia Tupinambá do Acuípe de Cima, em Ilhéus (BA), conseguiram um empréstimo de aproximadamente R$ 50 mil para recuperar áreas da Mata Atlântica e ampliar o plantio de agroflorestas usando o programa Pronaf, do governo federal. O financiamento tem o objetivo de apoiar práticas agrícolas sustentáveis que conciliam a produção de cacau com a preservação do bioma.

Na comunidade, 11 famílias formaram um grupo para solicitar o crédito e investir no sistema cabruca, onde o cacau é cultivado sob a sombra das árvores nativas. A técnica ajuda a preservar a Mata Atlântica, que hoje corresponde a apenas 24% da cobertura original, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica. A intenção dos indígenas é recuperar áreas desmatadas para pastagem, cultivando também espécies como bananeiras, coqueiros, feijão e mandioca.

Esse financiamento é oferecido pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que dispõe de juros menores e prazos estendidos para pagamento. Produtores tradicionais, no entanto, enfrentam dificuldades para acessar esses créditos por falta de informação, documentação ou compreensão dos procedimentos.

Para superar esses entraves, o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) criou a iniciativa CredAmbiental, que capacita moradores das próprias comunidades para atuar como “ativadores de crédito”. Esses profissionais auxiliam os agricultores na solicitação do empréstimo, organização de documentos e elaboração dos projetos que comprovam o uso correto dos recursos.

Os ativadores também visitam os agricultores e acompanham as atividades para assegurar a efetividade dos investimentos. Eles recebem uma bolsa inicial de 18 meses, após a qual a Conexsus negocia com os bancos os pagamentos por contrato efetivado. Atualmente, mais de mil produtores contam com esse modelo, e 98% estão com as parcelas em dia.

Além da assessoria para crédito, a Conexsus oferece cursos sobre plantio sustentável e gestão de negócios para garantir que o financiamento gere renda e não endividamento aos agricultores. A diretora executiva do instituto ressalta que o crédito deve ser um mecanismo de empoderamento para os produtores.

O governo federal lançou recentemente o programa “Florestas Produtivas”, com propostas semelhantes às da Conexsus, incluindo capacitação técnica e atendimento personalizado em lavouras experimentais. O programa atua atualmente em municípios do Pará, Maranhão, Amapá e Acre.

O financiamento climático, tema em debate na COP30 em Belém, busca apoiar projetos que reduzam emissões de gases e preparem o campo para os efeitos das mudanças climáticas. A agropecuária brasileira é responsável por 28% das emissões do país, o que torna o crédito rural uma ferramenta principal para práticas de agricultura sustentável.

Para a aldeia Tupinambá, o acesso ao crédito tem possibilitado a recuperação ambiental e a manutenção dos meios de vida tradicionais, ao mesmo tempo em que avança em soluções para a produção agrícola alinhadas às metas climáticas nacionais.

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Fonte: g1.globo.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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