Fazenda no maranhão obtém certificação internacional por man

Uma fazenda de soja no município de Loreto, no Maranhão, foi certificada por manter desmatamento zero desde 2012, combinando a produção agrícola com a preservação ambiental. A propriedade, que cultiva soja e milho, mantém 35% de reserva ambiental, conforme o exigido pelo Código Florestal brasileiro.
O Código Florestal permite o desmatamento legal, estabelecendo limites que variam conforme o bioma. Mesmo permitido, o desmatamento contribui para a emissão de gases de efeito estufa, que provocam o aumento da temperatura global. Esse aquecimento impacta diretamente a agropecuária: segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), para cada grau de aumento na temperatura, a soja perde 6% da produtividade e o milho, 8%.
A região do Matopiba — formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — concentra o desmatamento no cerrado, bioma que permanece sob forte pressão da expansão agrícola, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O cerrado é essencial para o equilíbrio climático do país e a conservação dos recursos hídricos.
A fazenda em Loreto, com quase 3.000 hectares de cerrado preservado, realiza monitoramento constante da área natural, garantindo a manutenção da reserva ambiental. A engenheira florestal e gerente de meio ambiente, Sabrina Campos, destacou a necessidade de acompanhar a composição florística para reagir rapidamente a possíveis queimadas criminosas, comuns na região.
Esse cuidado e a ausência de desmatamento resultaram na certificação internacional Round Table on Responsible Soy (RTRS), que avalia propriedades com base em mais de 150 indicadores. Para obter o selo, é necessário comprovar desmatamento zero desde 2016 e atendimento a critérios relacionados à infraestrutura e manejo, incluindo armazenamento seguro de agrotóxicos e condições de trabalho.
Em auditorias anuais, os fiscais verificam esses aspectos para garantir o cumprimento das normas. A certificação oferece vantagens financeiras, como crédito de US$ 1 a US$ 3 por tonelada produzida, taxas reduzidas em financiamentos e acesso a máquinas agrícolas com condições diferenciadas.
Segundo André Guimarães, diretor-executivo do Ipam, milhões de hectares ainda podem ser legalmente desmatados, e muitos produtores optam por essa prática. Porém, ele ressalta a importância de incentivos para preservar áreas, reconhecendo que a sociedade precisa apoiar financeiramente a conservação.
O pagamento por serviços ambientais foi instituído por lei em 2021 para incentivar a preservação, mas ainda depende de regulamentação para ser implementado. O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Copobianco, afirmou que falta um decreto que estabeleça as condições para a aplicação dessa política.
A certificação e o monitoramento demonstram que é possível alinhar a produção agropecuária com a conservação ambiental no cerrado. Essa combinação é considerada estratégica diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela necessidade de garantir a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
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Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com