Os Estados Unidos reduziram na última sexta-feira (14)

Os Estados Unidos reduziram na última sexta-feira (14) as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, incluindo café, carne, banana e açaí, o que resultou na queda das taxas para o Brasil de 50% para 40%. A medida visa ajustar as tarifas de reciprocidade impostas em abril pelo governo Trump, mas ainda mantém obstáculos para as exportações brasileiras no mercado norte-americano.
A redução abrange principalmente produtos como café, carne bovina, açaí e manga, que têm grande presença nas exportações brasileiras. A tarifa de reciprocidade, uma taxa adicional de 10% aplicada aos produtos brasileiros, foi eliminada, mas as tarifas principais seguem superiores, em 40%.
Apesar da diminuição, exportadores e representantes da indústria brasileira consideram a medida insuficiente. Para o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, o Brasil permanece em desvantagem competitiva frente a países como Colômbia e Etiópia, que já têm acordos bilaterais ou tarifas zeradas.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que a manutenção da tarifa de 40% limita a competitividade do Brasil nos EUA e reforça a necessidade de avançar nas negociações para eliminar essas barreiras. Segundo a entidade, dos 80 itens agrícolas brasileiros exportados para os EUA, apenas quatro ficaram isentos de tarifas após a redução.
Em entrevista, o vice-presidente Geraldo Alckmin avaliou que a redução é um passo na direção certa, mas ainda há uma “distorção” a ser corrigida. Alckmin destacou que o governo continuará atuando para diminuir as tarifas e citou as conversas entre o presidente Lula e Trump, além das negociações do chanceler Mauro Vieira com autoridades americanas.
Os incentivos para a flexibilização das tarifas ganharam impulso com a reunião bilateral realizada no final de outubro em Kuala Lumpur, Malásia, entre Lula e Trump, o primeiro encontro formal entre os dois após a Assembleia Geral da ONU. O encontro durou cerca de 45 minutos e foi classificado como positivo pelo presidente Lula.
A redução recente aumentou a parcela de produtos brasileiros isentos de tarifas adicionais de 23% de 23% para 26%, beneficiando exportações que totalizam cerca de US$ 10 bilhões. Apesar disso, a maior parte das exportações agrícolas do Brasil para os Estados Unidos ainda enfrenta altos encargos, o que mantém o país em desvantagem em relação a concorrentes que possuem acesso preferencial.
As negociações em curso entre Brasil e Estados Unidos indicam continuidade na busca por maior liberalização comercial. O governo brasileiro mantém o compromisso de negociar com o objetivo de promover condições mais favoráveis para seus produtos no principal mercado de exportação, enquanto os produtores acompanham de perto os desdobramentos da política tarifária norte-americana.
A decisão dos EUA reflete ajustes parciais na política comercial adotada durante a administração Trump, mas destaca a necessidade de acordo mais amplo para superar barreiras que afetam a competitividade brasileira. O Brasil busca, assim, avançar nas tratativas para ampliar o acesso de seus produtos agrícolas e industriais ao mercado norte-americano.
Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com