Os Estados Unidos reduziram as tarifas de importação sobre alguns produtos brasileiros na última sexta-feira (14), mas a indústria brasileira afirma que o país ainda enfrenta desvantagens competitivas importantes. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alerta para a necessidade de avançar nas negociações para a eliminação total da sobretaxa de 40% aplicada a várias exportações brasileiras.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que a retirada de 10% das tarifas recíprocas sobre produtos agrícolas não resolve o problema da tarifa extra aplicada ao Brasil, vigente em 40%. Segundo ele, países que não enfrentam essa sobretaxa terão mais vantagens para vender seus produtos no mercado americano, dificultando a competitividade brasileira.
Na última sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram a suspensão da tarifa adicional de 10% sobre 238 produtos importados, como carne, café, hortaliças, frutas cítricas, castanha-do-Pará e suco de laranja. O Brasil exportou 80 desses produtos no último ano, que somaram US$ 4,6 bilhões em vendas para o mercado americano em 2024, o equivalente a cerca de 11% das exportações brasileiras para os EUA.
Apesar dessa redução, as tarifas específicas ao Brasil caíram de 50% para 40% em produtos como café não torrado, cortes de carne bovina e cera de carnaúba. A CNI informou que apenas quatro produtos brasileiros, incluindo três tipos de suco de laranja e a castanha-do-Pará, ficaram isentos da sobretaxa adicional, enquanto os demais continuam a pagar as tarifas elevadas.
A flexibilização das tarifas ocorre no contexto das negociações recentes entre Brasil e Estados Unidos, impulsionadas por uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente americano Donald Trump em outubro passado, durante um encontro na Malásia. O diálogo visa reduzir barreiras comerciais e melhorar as condições para as exportações brasileiras.
Setores do agronegócio, que impulsionam uma parcela significativa das exportações brasileiras, aguardavam a eliminação completa das tarifas sobre produtos como café. A manutenção de tarifas elevadas em produtos importantes para o Brasil pode comprometer a participação no mercado americano.
A CNI defende que um acordo para eliminar as sobretaxas à exportação brasileira seja negociado com maior celeridade. Alban ressalta a necessidade de o Brasil competir em condições semelhantes às de outros fornecedores no principal destino das exportações industriais brasileiras.
O cenário atual aponta para um avanço parcial nas relações comerciais bilaterais, mas a persistência de tarifas específicas brasileiras mantém o país em desvantagem competitiva em relação a seus concorrentes no mercado dos Estados Unidos.
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Fonte: g1.globo.com
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