O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (14) a redução das tarifas sobre a importação de café, carne, frutas e outros produtos, medida que impacta diretamente o agronegócio brasileiro. A decisão tem relação com a pressão inflacionária interna e o calendário político americano, diante das eleições de meio de mandato.
A tarifa original sobre esses produtos brasileiros havia sido elevada para 50% desde agosto, como parte de uma política comercial implementada em duas etapas. Em abril, os EUA aplicaram tarifas recíprocas de 10% e, em agosto, acrescentaram uma sobretaxa de 40% para uma série de itens. A medida desta sexta reduz apenas as tarifas recíprocas de 10%, mantendo as adicionais de 40% em vigor para alguns produtos.
A Casa Branca não detalhou oficialmente os motivos da redução, mas autoridades e analistas apontam que o ajuste faz parte de um esforço para amenizar o aumento dos preços dos alimentos nos supermercados americanos. A alta nos custos tem ocorrido em meio a uma inflação generalizada, preocupando especialmente eleitores de baixa e média renda.
Dados do Bureau of Labor Statistics indicam aumento superior a 40% no preço do café torrado e moído entre setembro do ano anterior e o mesmo mês deste ano. Também houve crescimento nos preços da carne moída (11,5%) e das bananas (8,6%), taxas mais elevadas que a inflação geral, estimada em cerca de 3% no mesmo período.
As recentes derrotas eleitorais do Partido Republicano em eleições regionais na Virgínia, Nova Jersey e Nova York, regiões onde o debate sobre preços acessíveis esteve em destaque, motivaram uma mudança na estratégia de Donald Trump sobre as tarifas. Até então, o presidente afirmava que as taxas de importação não contribuíam para a inflação.
O governo brasileiro e os EUA vinham negociando a flexibilização das tarifas desde o encontro entre Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro, na Malásia. A conversa entre o secretário de Estado americano Marco Rubio e o ministro das Relações Exteriores brasileiro Mauro Vieira, realizada na quinta-feira (13), também contribuiu para o avanço do entendimento.
A ordem executiva emitida nesta sexta-feira é retroativa, valendo para mercadorias importadas e retiradas de armazém desde quinta-feira (13). A lista de produtos com algum nível de isenção foi atualizada, incluindo itens como a carne e o café.
Representantes do agronegócio brasileiro reagiram ao anúncio com cautela, reconhecendo avanços, mas destacando a necessidade de atenção quanto a produtos ainda sujeitos ao tarifaço. O embaixador Celso Amorim e o ministro da Agricultura Carlos Fávaro consideraram a medida uma notícia positiva para o setor.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) ressaltou que a redução tarifária traz previsibilidade e condições melhores para o comércio internacional. A associação enfatizou a importância do mercado norte-americano, segundo maior destino das exportações brasileiras de carne bovina.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que está analisando a extensão da redução das tarifas e mantém contato com parceiros americanos para avaliar o impacto real da medida.
A flexibilização das tarifas pode oferecer às exportações brasileiras maior estabilidade, ao mesmo tempo em que atua como resposta política às demandas dos consumidores americanos por preços mais baixos.
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Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com