As famílias fundadoras da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) solicitaram à Justiça a conversão da recuperação judicial da instituição em falência neste mês, alegando atraso nos pagamentos de aluguéis de imóveis onde funcionam os centros universitários. O pedido foi encaminhado à 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Embora não sejam mais proprietários da FMU, as famílias Alves da Silva e Fioravante afirmam que a atual gestão acumula uma dívida de cerca de R$ 40 milhões em aluguéis desde o início do processo de recuperação judicial, instaurado em março deste ano. O montante inclui também débitos referentes ao IPTU.
Na ação, os ex-donos da instituição classificam o não pagamento como uma prática “deliberada, injustificável e ilícita” e apontam que a FMU enfrenta uma “insolvência estrutural disfarçada sob o manto da recuperação judicial”. Eles argumentam que o processo atual serve apenas para postergar o “inevitável” da falência.
O advogado João Ricardo Pacca, representante das famílias fundadoras, informou que as partes estão abertas a negociações, destacando que já houve concessões, mas ainda não foi possível alcançar um acordo. Ele também mencionou que uma redução temporária no valor do aluguel está em discussão.
Segundo Pacca, a dívida total da FMU referente aos imóveis dos antigos proprietários soma cerca de R$ 300 milhões. A instituição foi vendida pelos fundadores ao Grupo Laureate em 2013 e passou ao controle do fundo de investimento Farallon em 2020, que atualmente administra a faculdade.
O advogado ainda afirmou que a inadimplência nos aluguéis começou poucos meses após a primeira venda da instituição e que o impasse pode levar a um processo de despejo paralelo ao pedido de conversão da recuperação judicial em falência. “Se o aluguel não for pago, os proprietários podem pedir o despejo. Caso a inadimplência persista mesmo após a recuperação judicial e não haja acordo, essa é a única saída”, disse Pacca.
A FMU possui cerca de 60 mil alunos e oferece mais de 100 cursos, incluindo graduação, pós-graduação e MBA. Procurada pelo g1, a instituição não se posicionou sobre o pedido até o momento da última atualização desta reportagem.
A recuperação judicial é um procedimento que busca preservar a operação da empresa e evitar a falência por meio da reorganização das suas dívidas e finanças, mediante apresentação de plano aprovado pela Justiça e pelos credores. A FMU informou possuir dívidas da ordem de R$ 130 milhões no processo.
Já a falência ocorre quando a empresa não tem mais condições de pagar suas dívidas e reestruturar sua situação financeira, levando à venda dos ativos para quitação dos compromissos com credores.
Uma assembleia de credores está agendada para os dias 19 e 26 de novembro para discutir o plano de recuperação da FMU e o andamento do processo judicial.
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Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com

