O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (12) que a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano por período prolongado é necessária para garantir a estabilidade dos preços. Galípolo ressaltou que as decisões do BC são baseadas em fatos e dados, apesar das pressões externas para a redução dos juros.
Durante entrevista, o presidente do BC respondeu a questionamentos sobre a pressão de sindicatos e a opinião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defende o início do corte da taxa Selic, atualmente no maior patamar em quase 20 anos. Galípolo destacou que a inflação continua acima da meta estabelecida e que as projeções indicam que isso deve se manter nos próximos anos.
“Entendo que é legítimo todos os ramos da sociedade poderem se manifestar sobre política monetária. Todo mundo pode brigar com o BC, o BC que não pode brigar com os dados”, declarou. Ele ressaltou que o Banco Central é uma das poucas instituições públicas com objetivos explícitos e claros, referindo-se à meta de inflação.
O presidente do BC mencionou que as projeções da Secretaria de Política Econômica (SPE), vinculada ao Ministério da Fazenda, também apontam que a inflação permanecerá acima da meta central de 3% em 2026, com estimativa do IPCA em 3,5% no próximo ano. Segundo Galípolo, esses números reforçam a necessidade de manter a taxa de juros em nível restritivo.
Na terça-feira (11), o Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 15%. No documento, o órgão reiterou que a inflação continua pressionada pela demanda, o que exige uma política monetária contracionista. O BC reafirmou o compromisso de vigilância constante e não indicou um prazo para iniciar o ciclo de redução da taxa básica de juros.
A decisão do Copom é tomada com base no sistema de metas para a inflação. Se as projeções indicam que o índice está em consonância com a meta, a tendência é de corte nos juros. Caso estejam acima, a Selic é mantida ou aumentada. Desde 2025, a meta central é fixada em 3%, considerando uma faixa de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Em junho deste ano, a inflação ficou acima desse intervalo por seis meses consecutivos, o que levou o Banco Central a emitir uma carta pública explicando os motivos do descumprimento da meta. O BC trabalha com projeções futuras de inflação porque o efeito das alterações na taxa Selic demora entre seis e 18 meses para ser plenamente refletido na economia.
Atualmente, a instituição projeta a inflação considerando o segundo trimestre de 2027. Estimativas de mercado apontam para taxas de 4,55% em 2025, 4,20% em 2026, 3,8% em 2027 e 3,5% em 2028, todas acima da meta central de 3%.
A manutenção dos juros em patamar elevado tem como objetivo conter o avanço da inflação e garantir a estabilidade econômica, conforme indicado pelo BC. O debate sobre a política monetária segue aberto no mercado e entre diferentes setores da sociedade, mas o Banco Central mantém como base os dados econômicos e as projeções oficiais.
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Fonte: g1.globo.com
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