O Banco Central (BC) afirmou nesta quarta-feira (12)

O Banco Central (BC) afirmou nesta quarta-feira (12) que não identifica risco relevante à estabilidade financeira do país, apesar de reconhecer preocupações concretas com ataques cibernéticos recentes contra empresas que prestam serviços tecnológicos ao sistema financeiro. O BC baseou sua avaliação em testes de estresse que indicam capitalização e liquidez adequadas, mas destacou vulnerabilidades no ambiente digital que podem afetar múltiplas instituições.
No relatório de estabilidade financeira do primeiro semestre, o BC ressaltou que o sistema bancário brasileiro mantém provisões compatíveis com perdas esperadas e demonstrou robustez diante de cenários alternativos simulados. Apesar disso, episódios de ataques recentes revelaram riscos associados a prestadores de serviços de tecnologia da informação (PSTI), que processam dados e conectam instituições financeiras e de pagamento.
Segundo o BC, os autores desses ataques possuem conhecimento avançado sobre a operação e arquitetura dos sistemas financeiros, atuando com táticas e procedimentos sofisticados. Isso evidencia uma ameaça estrutural, pois falhas em provedores terceirizados podem impactar simultaneamente várias instituições.
A autoridade monetária identificou fragilidades relacionadas ao controle de riscos de terceiros, gestão de acessos e segurança em serviços de integração via API (interface de programação). Uma pesquisa com 606 instituições mostrou que 453 possuem procedimentos para relacionamento com terceiros, 317 avaliam esses processos pela segunda linha e 319 incluem o tema em auditorias internas. O BC concluiu que esses índices indicam necessidade de melhorias.
Em setembro, o BC adotou medidas para reforçar a segurança no sistema financeiro, incluindo limites menores para transferências via PIX e TED, exigência de aprovação prévia para entrada de novas instituições e confirmação de certificações técnicas para operar no sistema.
No mesmo mês, a fintech Monbank comunicou ataque hacker que desviou R$ 4,9 milhões, dos quais R$ 4,7 milhões já foram recuperados, sem comprometimento de contas de clientes. Também em setembro, a Sinqia, empresa responsável pela conexão de bancos ao PIX, reportou desvio de aproximadamente R$ 710 milhões em transações não autorizadas.
Em julho, o BC informou que a C&M Software sofreu um ataque à sua infraestrutura, evidenciando a vulnerabilidade dos prestadores de serviços tecnológicos. Além disso, uma megaoperação policial, realizada no fim de agosto para desarticular esquema bilionário no setor de combustíveis, identificou participação de pelo menos 40 fundos de investimento e diversas fintechs.
O Banco Central alertou que o crime organizado tem cooptado colaboradores de instituições financeiras, de pagamento e prestadores de serviços, o que aumenta a importância de práticas rigorosas de higiene cibernética e controle de acesso.
Apesar dos ataques, o BC mantém que o sistema financeiro possui níveis confortáveis de capital e liquidez, sem risco imediato à estabilidade. No entanto, enfatiza a necessidade de aprimorar gestão de riscos envolvendo terceiros e ampliar mecanismos de segurança para mitigar a evolução de incidentes cibernéticos no setor.
Palavras-chave relacionadas para SEO: Banco Central, estabilidade financeira, ataques cibernéticos, segurança financeira, sistema bancário, prestação de serviços tecnológicos, fintechs, PIX, TED, crime organizado, controle de acesso, gestão de riscos, API, segurança digital, mercado financeiro.
Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com