O filme “O agente secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura, estreia no Brasil nesta quinta-feira (6) e inicia oficialmente sua campanha ao Oscar 2026. A produção brasileira representa o país na disputa pela categoria de melhor filme internacional, com a expectativa de alcançar uma segunda vitória consecutiva após o sucesso de “Ainda estou aqui” em 2025.
A trama, escrita por Mendonça Filho, acompanha um homem que retorna à sua cidade natal nos anos 1970 para escapar de um passado violento. Wagner Moura interpreta o protagonista, cuja história se desenrola em meio à ditadura militar brasileira, tema central e recorrente na narrativa.
A campanha para o Oscar conta com uma série de viagens internacionais dos dois envolvidos, que devem apresentar o filme a membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Kleber Mendonça Filho destacou, em entrevista, que a experiência de viajar e promover o filme com Moura é positiva. Já o ator afirmou que a campanha visa ampliar o alcance do filme e promover a cultura brasileira no exterior.
O longa ganhou destaque no Festival de Cannes, em maio, ao conquistar prêmios do júri pela direção e pela atuação de Moura. A repercussão positiva nos Estados Unidos e em outros mercados internacionais reforça as expectativas em torno da indicação ao Oscar, embora a disputa na categoria seja considerada intensa, com outros concorrentes fortes de países como Noruega, França e Coreia do Sul.
Além da possibilidade de indicação ao prêmio principal de melhor filme internacional, a atuação de Wagner Moura também tem sido apontada por especialistas como candidata na categoria de melhor ator. Há ainda especulações sobre uma possível participação de “O agente secreto” na disputa de melhor filme, embora isso não esteja confirmado.
A temática do filme integra um movimento crescente na premiação, que tem destacado produções que exploram governos autoritários e períodos de repressão. O sucesso de “Ainda estou aqui” abriu espaço para que narrativas relacionadas à ditadura e à crítica política sejam mais visíveis na cerimônia.
Kleber Mendonça Filho relacionou essa tendência a uma longa tradição do cinema mundial de abordar questões sociais e políticas próximas, citando exemplares helenados pela Guerra do Vietnã em Hollywood como exemplos históricos. Para ele, discutir a história autoritária brasileira é parte natural e importante do cinema nacional.
O diretor também ressaltou que o Brasil enfrenta dificuldades em lidar com sua memória histórica, um tema que os cineastas brasileiros vêm explorando desde os primórdios da produção nacional, quando documentários buscavam retratar a realidade do país. Segundo Wagner Moura, esse compromisso com a reflexão social é uma característica marcante do cinema brasileiro, que teve no Cinema Novo um exemplo emblemático dessa postura.
“O agente secreto” representa, assim, uma continuidade desse olhar crítico e histórico do cinema brasileiro sobre seu próprio passado, unindo dois nomes consagrados da indústria nacional para levar essa narrativa ao público internacional. A estreia oficial no país marca o começo de uma nova etapa na trajetória do filme em busca do reconhecimento na maior premiação do cinema mundial.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com

