A Shein inaugurou nesta quarta-feira (5) em Paris

A Shein inaugurou nesta quarta-feira (5) em Paris a primeira loja física permanente do mundo, apesar de investigações e sanções administrativas relacionadas à venda de bonecas sexuais que lembram crianças. A loja está instalada na tradicional loja de departamentos BHV, no centro comercial da capital francesa, em meio a protestos e forte policiamento na entrada do local.
A empresa chinesa, especialista em fast fashion e fundada em 2012, enfrenta investigações do Ministério Público de Paris por mensagens consideradas violentas, pornográficas ou contrárias à dignidade de menores. Neste ano, Shein recebeu multas na França que somam €191 milhões por venda de produtos ilegais ou de má qualidade.
A inauguração ocorre enquanto a Shein é alvo de um projeto de lei francês para combater o setor da fast fashion. A loja no BHV foi defendida pela direção do local como uma estratégia para relançar as vendas na loja de departamentos, segundo o jornal francês “Le Figaro”.
Desde terça-feira, policiais fazem a segurança na entrada do BHV, acompanhando os protestos contra a loja da Shein. A controvérsia ganhou destaque na imprensa francesa, sendo manchete nos jornais “Le Figaro” e “La Croix”, que apontam dificuldades do governo francês e europeu em regulamentar o comércio online.
O jornal “Le Figaro” criticou a situação, destacando a concorrência intensa entre o comércio local e as plataformas chinesas, num cenário que vê o crescimento dessas empresas como um “tsunami chinês”. O “La Croix” ressaltou que as lojas tradicionais tentam se reinventar diante do crescimento das compras pela internet e dos shopping centers.
De acordo com o “La Croix”, o número de lojas de departamentos na França caiu de 850, em 1920, para apenas 80 atualmente. Mesmo com o aumento no volume de roupas vendidas, o gasto médio dos franceses em produtos têxteis permanece estável. A Shein mantém sua atração com preços baixos, apesar dos impactos ambientais negativos apontados e as polêmicas enfrentadas.
Reações de setores da sociedade francesa já surgem. Doze marcas locais anunciaram que deixarão o BHV em protesto contra a concorrência da Shein. As Galerias Lafayette de cidades do interior também desistiram de abrir lojas da Shein, conforme informou o jornal econômico “Les Echos”.
O “Le Parisien” relatou que críticas de autoridades, associações e representantes da indústria têxtil francesa começaram desde o anúncio da loja em outubro. A abertura da loja marcada para as 13h (9h no horário de Brasília) deve movimentar o BHV nesta quarta-feira.
A plataforma, que tem sede em Singapura desde 2020, representa as tensões atuais sobre a regulamentação do comércio online, setor em expansão e pouco regulado na Europa. Apesar disso, para o BHV a parceria com a Shein é vista como uma oportunidade estratégica para impulsionar seu negócio.
A inauguração da loja da Shein em Paris evidencia o desafio das autoridades locais em controlar práticas comerciais consideradas ilegais e polêmicas, enquanto o mercado digital avança globalmente com modelos de negócios que enfrentam resistência do comércio tradicional e da sociedade civil.
—
Palavras-chave para SEO: Shein, inauguração loja física, Paris, BHV, bonecas sexuais, fast fashion, investigação judicial, comércio online, indústria têxtil francesa, multas Shein, concorrência comércio, regulamentação comércio eletrônico.
Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com