As cantoras, compositoras e instrumentistas Ana Costa e

As cantoras, compositoras e instrumentistas Ana Costa e Nilze Carvalho apresentam um show inédito ao longo de novembro no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro, em celebração ao mês da Consciência Negra. A apresentação, marcada para todas as terças-feiras do mês, reúne músicas de compositores negros que abordam temáticas culturais e históricas da população africana e afro-brasileira.

O projeto, batizado de Terças no Ipanema, conta com a participação do percussionista Paulino Dias e convidados especiais em cada apresentação: Áurea Martins em 4 de novembro, Marcos Sacramento no dia 11, Marina Iris em 18 e Marcel Powell em 25 de novembro. Ana Costa assume voz, violão e baixo, enquanto Nilze Carvalho atua com voz, bandolim, cavaquinho e violão.

O repertório transita entre diferentes estilos e períodos, iniciando pelo jongo com a música “Jongueiro cumbá” (Wilson Moreira e Nei Lopes, 2002). O samba-enredo também tem espaço, com obras como “100 anos de liberdade – Realidade ou ilusão?” (Alvinho, Jurandir e Hélio Turco, 1987) e “Kizomba, a festa da raça” (Rodolpho de Souza, Luiz Carlos da Vila e Jonas, 1987), apresentadas respectivamente pelas escolas de samba Mangueira e Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 1988.

Além dessas, o espetáculo inclui canções emblemáticas da música negra brasileira, como “Resignação” (Dona Ivone Lara e Hélio dos Santos, 1981), “Será que é amor?” (Arlindo Cruz, Babi e Junior Dom, 2003), “Amor até o fim” (Gilberto Gil, 1966), “Dia de graça” (Candeia, 1970), “Eu canto samba” (Paulinho da Viola, 1996), “Fadas” (Luiz Melodia, 1978), “Luz do repente” (Arlindo Cruz, Franco e Marquinho PQD, 1987) e “Maracatu do meu avô” (Nei Lopes e Leonardo Bruno, 1983).

Segundo Nilze Carvalho, o repertório foi construído com foco em canções que falam das raízes negras e das lutas da população, além de abordar temas amorosos por meio das composições de Arlindo Cruz e Dona Ivone Lara. O show pretende destacar ritmos com influência africana, valorizando a diversidade sonora e cultural da música preta brasileira.

As apresentações reforçam a importância de reconhecer e celebrar a contribuição dos artistas negros na história da música nacional, dentro das ações que ocorrem durante o mês da Consciência Negra. O Teatro Ipanema se torna um espaço para essa expressão artística no Rio de Janeiro, oferecendo ao público um repertório que atravessa gêneros e décadas.

O projeto Terças no Ipanema representa, assim, uma oportunidade dedicada ao resgate e à valorização da cultura afro-brasileira por meio da música, envolvendo não apenas as artistas principais, mas também músicos convidados que colaboram para o enriquecimento do espetáculo.

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Fonte: g1.globo.com