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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, firmaram nesta quinta-feira (30), em reunião na Coreia do Sul, um acordo para reduzir as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O acordo inclui a diminuição das tarifas médias dos EUA sobre produtos chineses para cerca de 47%, além da suspensão, pela China, das restrições à exportação de terras raras por um ano, retomada da compra de soja americana e reforço no combate ao tráfico de fentanil.
O entendimento encerra a rodada de negociações iniciada em abril sobre as sobretaxas aplicadas e busca reduzir o clima de incerteza nas cadeias globais de produção e comércio internacional. Especialistas veem a trégua como um alívio temporário para os mercados afetados pelos embates entre os dois países.
Um dos pontos centrais do acordo são as terras raras, metais essenciais para setores tecnológicos, automotivos, aeroespaciais e de defesa. A China detém a maior parte das reservas e da capacidade de processamento desses minerais, o que lhe confere vantagem estratégica. Recentemente, o país asiático havia restringido a exportação dessas matérias-primas como retaliação às tarifas americanas, afetando indústrias globalmente.
Com a trégua, indústrias internacionais que dependem desses elementos ganham maior previsibilidade no acesso aos insumos. Pesquisadores apontam que a China entende a limitação desse instrumento de pressão e busca aproveitá-lo enquanto ainda causa impacto.
Apesar de a exportação de chips de inteligência artificial não ter sido tema na reunião, esse setor também carrega tensões. Empresas americanas, como a Nvidia, dependem do mercado chinês para uma parcela significativa das vendas, o que cria uma interdependência entre os países. A escassez mundial de chips tem provocado interrupções na produção automotiva, como ocorreu na planta da Honda no México, e preocupa setores no Brasil.
O economista Felipe Tavares, da BGC Liquidez, afirma que o acordo tende a reduzir restrições internacionais sobre esses componentes e aliviar a produção em diversos setores. Sem a trégua, a disputa poderia provocar paralisações em indústrias dependentes de insumos dos EUA e da China, pressionar preços de commodities e desacelerar o crescimento global.
Para o Brasil, o acordo terá efeitos diretos nos setores agrícola e mineral. A retomada da compra de soja americana pela China ameaça reduzir a demanda pelo produto brasileiro, principal fornecedor do país asiático. O compromisso prevê que a China adquira pelo menos 25 milhões de toneladas métricas de soja dos EUA por ano durante os próximos três anos.
Dados apontam que os portos do sul do Brasil responderam, no primeiro semestre de 2025, por quase 66% das exportações brasileiras de soja para a China. Em setembro, enquanto a China não importou soja dos EUA, as exportações brasileiras cresceram 29,9% em relação ao ano anterior.
Analistas destacam que a negociação atende à base política dos produtores americanos, prejudicada pela suspensão das importações chinesas. Ao mesmo tempo, abre espaço para o Brasil no mercado internacional de soja, em um cenário de concorrência crescente.
No campo das terras raras, o Brasil possui a segunda maior reserva mundial desses minerais, mas ainda não desenvolveu tecnologia para o processamento em larga escala. Atualmente, o país exporta as matérias-primas brutas, sem agregar valor na produção de produtos derivados. Especialistas indicam que este quadro pode representar uma oportunidade diante da valorização desses recursos pelo acordo entre EUA e China.
Além disso, o Brasil está envolvido em negociações bilaterais com os Estados Unidos sobre tarifas impostas a suas exportações. Em encontro recente, os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva discutiram avanços na tentativa de suspender essas tarifas durante as negociações, com expectativa de um acordo em algumas semanas.
O pacto entre EUA e China tende a normalizar o comércio global e beneficiar exportadores como o Brasil. No entanto, pode intensificar a concorrência em setores agrícolas e industriais caso os EUA se consolidem como parceiros preferenciais da China.
A redução das barreiras comerciais e a diminuição das incertezas nos mercados internacionais poderão aliviar tensões que afetam as cadeias produtivas globais, influenciando diretamente a economia mundial e o posicionamento do Brasil no comércio exterior.
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Fonte: g1.globo.com
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