O Senado dos Estados Unidos aprovou na terça-feira (28) um projeto de lei para suspender as tarifas aplicadas pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros, como petróleo, café e suco de laranja. A medida, proposta pelo senador democrata Tim Kaine, busca reverter as restrições impostas desde agosto, quando Trump declarou estado de emergência para justificar a cobrança de tarifas de até 50%.
Apesar da aprovação no Senado, o projeto enfrenta obstáculos para avançar na Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos. Novas regras internas permitem que a liderança partidária bloqueie projetos relacionados a tarifas. Além disso, o presidente Trump pode vetar a proposta, limitando sua possibilidade de virar lei.
Para o senador Kaine, a votação tem caráter simbólico e objetiva impulsionar o debate sobre os impactos econômicos das tarifas. “As votações forçam o Senado a debater a destruição econômica causada pelas tarifas”, afirmou. O projeto também testa a posição dos senadores republicanos sobre a política comercial adotada pela administração Trump.
A votação no Senado registrou 52 votos favoráveis e 48 contrários. Entre os apoiadores, cinco republicanos se juntaram a todos os democratas: Susan Collins, Mitch McConnell, Lisa Murkowski, Rand Paul e Thom Tillis. A resistência interna ao pacote tarifário acontece em meio a preocupações com a instabilidade econômica atual.
O Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA indicou que as tarifas podem elevar o desemprego e a inflação, ao mesmo tempo em que reduzem o crescimento econômico ao longo deste ano. Nesta semana, Tim Kaine planeja apresentar novas propostas para remover tarifas sobre outros países, como o Canadá.
A votação ocorreu em um momento de avanço nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. No domingo (26), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram na Malásia durante o encontro do G20, em uma reunião de cerca de 45 minutos que elevou as expectativas por uma flexibilização tarifária.
Lula afirmou que o objetivo das negociações é focar no futuro e buscar resultados, evitando conflitos. Trump comentou que o encontro foi “muito bom”, mas ressaltou que isso não garante um acordo imediato, observando que os produtos brasileiros ainda sofrem tarifas elevadas.
Após a reunião entre os presidentes, representantes comerciais dos dois países realizaram a primeira rodada de negociações na segunda-feira (27). Participaram o chanceler Mauro Vieira, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, e o embaixador Audo Faleiro. O grupo definiu um calendário para tratar dos setores mais afetados pelas tarifas.
O ministro do Desenvolvimento e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, informou que ainda não há data para uma nova reunião. Lula disse que “não existem temas proibidos” para negociação e mencionou abertura para discutir minerais estratégicos, açúcar e etanol. Ele também propôs a suspensão temporária das tarifas durante o período de negociações, seguindo o modelo usado em acordos com México e Canadá.
O governo brasileiro questiona a justificativa dos EUA para a imposição das tarifas. Lula entregou a Trump um documento que aponta um superávit comercial de US$ 410 bilhões favorável aos EUA nos últimos 15 anos. “No G20, só três países têm superávit com os EUA: Brasil, Reino Unido e Austrália”, disse o presidente.
O encontro entre Lula e Trump foi considerado cordial, e ambos sinalizaram a possibilidade de visitas mútuas, ainda sem datas definidas. Setores empresariais como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Câmara Americana de Comércio (Amcham) classificaram o diálogo como um avanço concreto e disseram esperar um acordo nas próximas semanas.
O chanceler Mauro Vieira ressaltou a intenção de concluir rapidamente a negociação bilateral para tratar dos setores prejudicados pelas tarifas.
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Fonte: g1.globo.com
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