Desde 2013, James Continenza, CEO da Kodak, lidera a recuperação da empresa que saiu da falência e busca retomar sua posição no mercado após perder espaço para a fotografia digital. O executivo, de 63 anos, atua para reestruturar uma das marcas mais tradicionais da fotografia, localizada em Rochester, Nova York.
Filho de uma costureira e de um zelador, Continenza tem experiência na recuperação de empresas em crise, especialmente no setor de telecomunicações. Ele entrou no conselho da Kodak em 2013, foi nomeado presidente executivo em 2019 e assumiu o cargo de CEO em julho de 2020. Desde então, intensificou visitas a clientes, fornecedores e fábricas com cerca de 4 mil funcionários.
Ao assumir a liderança, Continenza enfrentou uma estrutura burocrática que atrasava decisões e dificultava a gestão. Ele promoveu simplificações organizacionais, reduziu níveis hierárquicos e centralizou o processo decisório em um grupo menor, com foco em eficiência e agilidade.
Durante uma visita ao Museu George Eastman, sede da empresa, Continenza destacou projetos tecnológicos que não resultaram em retorno financeiro, apontando a importância de investimentos mais direcionados aos funcionários e acionistas.
A Kodak foi criada em 1879 e, durante o século XX, dominou o mercado de filmes e câmeras analógicas, ganhando destaque por produtos como a câmera Instamatic. Contudo, o surgimento da fotografia digital, tecnologia criada internamente em 1975, acabou contribuindo para seu declínio por falta de adaptação ao novo mercado.
Na década de 1990, a empresa começou a perder participação, culminando no pedido de falência em 2012, com dívidas em torno de US$ 6,75 bilhões. A partir de 2020, a companhia diversificou a produção para insumos farmacêuticos, produtos químicos e materiais avançados, mantendo a fabricação de filmes para cinema e licenciando sua marca.
Apesar dos esforços, a Kodak enfrenta dificuldades financeiras. Em junho, informou que não tem recursos suficientes para quitar US$ 500 milhões em dívidas. Seu relatório financeiro aponta incertezas quanto à continuidade das operações a longo prazo. No segundo trimestre de 2024, a empresa registrou prejuízo de US$ 26 milhões e queda de 1% na receita.
Para equilibrar as contas, a empresa encerrou um plano de previdência privada superfinanciado e implementou um novo modelo para os funcionários. Parte dos recursos será usada para pagamento de dívidas. Continenza prevê concluir esse processo em 2025 e afirma ter alternativas caso ocorra atraso.
Os investimentos da Kodak estão focados em três áreas principais: impressão comercial, produtos químicos avançados, como revestimentos para baterias, e insumos farmacêuticos aprovados pela agência reguladora americana FDA. Também mantém a produção de filmes analógicos, que retomaram demanda entre fotógrafos e cineastas.
Segundo Continenza, cerca de 90% da reestruturação já está concluída. Ele planeja deixar o cargo quando o processo terminar, abrindo espaço para uma nova liderança que conduza a empresa ao próximo estágio de desenvolvimento.
Palavras-chave para SEO: James Continenza, Kodak, recuperação financeira Kodak, fotografia digital, crise Kodak, CEO Kodak, insumos farmacêuticos Kodak, filmes analógicos, reestruturação empresarial, George Eastman.
Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com

