Belém, no Pará, e Recife, em Pernambuco, disputam

Belém, no Pará, e Recife, em Pernambuco, disputam o título de capital do brega no Brasil, em uma rivalidade que ganhou destaque em 2025 por ações oficiais do governo federal. A competição envolve diferentes reconhecimentos legais e culturais ligados ao gênero musical que tem raízes em ambas as cidades.
Especialistas e artistas divergem sobre a origem do brega. Para Belém, o estilo surgiu na década de 1950, com festas e manifestações locais que evoluíram para o technobrega. Recife, por sua vez, destacou-se pelo brega romântico dos anos 1970, com nomes como Reginaldo Rossi e Amado Batista, e hoje é referência do brega funk.
No dia 30 de maio de 2025, o Ministério do Turismo, em parceria com a cantora Joelma, lançou uma campanha que declarou Belém como capital mundial do brega, reconhecimento atribuído pela Organização das Nações Unidas para o Turismo. Pouco antes, em 13 de maio, o Senado aprovou um projeto de lei que concede a Recife o título de capital nacional do brega, projeto que enfrenta recurso e aguarda nova votação.
No dia 22 de maio, o presidente Lula sancionou a criação do Dia Nacional do Brega, comemorado em 14 de fevereiro, data do nascimento de Reginaldo Rossi, artista recifense considerado um dos maiores ícones do gênero. O conjunto de decisões oficiais mostrou o protagonismo de ambas as cidades na história e na cultura do estilo musical.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou que a solução para a disputa foi reconhecer Recife como capital nacional do brega e Belém como capital mundial do brega, buscando evitar conflitos entre as duas regiões. Essa medida busca valorizar as particularidades e contribuições distintas de cada polo.
Apesar da rivalidade pela titularidade, artistas de ambos os lados reconhecem a influência mútua e a importância da unidade em torno do gênero. Joelma, representante da campanha de Belém, reconhece o papel de Recife em sua carreira. Já Priscila Senna, do brega pernambucano, destaca a inspiração que recebe da música paraense.
Entre os defensores da harmonia, o cantor paraense Wanderley Andrade ressaltou a união entre os dois polos do brega. O artista usou uma expressão simbólica em que chama Recife de “irmão” para destacar que, apesar das diferenças, o ritmo é uma força comum no país.
Com isso, Belém e Recife permanecem como os dois centros principais do brega, localizados a cerca de 2 mil quilômetros de distância, mas unidos por um ritmo que alcançou alcance nacional e internacional. A disputa cultural contemporânea reflete a complexidade da história musical brasileira e a diversidade das manifestações regionais.
Em síntese, o brega, gênero que surgiu em diferentes contextos nas duas cidades, é agora celebrado oficialmente em níveis distintos, evidenciando a força e pluralidade de sua expressão cultural no Brasil.
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Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com