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A NextEra Energy anunciou nesta segunda-feira (27) a reativação da usina nuclear Duane Arnold Energy Center, em Iowa, para atender à crescente demanda de energia dos projetos de inteligência artificial (IA) do Google. A usina, que operou por 45 anos e está fechada desde 2020, deve voltar a funcionar em 2029, com um investimento estimado em mais de US$ 1,6 bilhão.

O Google firmou com a NextEra um contrato de compra de energia de 25 anos, que garante a viabilidade financeira para reabrir a planta. A empresa de energia afirmou que o acordo representa um modelo para ampliar a capacidade energética com fontes limpas, estáveis e acessíveis para suportar a economia movida por IA.

Em nota, Ruth Porat, presidente e diretora de investimentos da Alphabet e do Google, destacou que a parceria gerará empregos e impulsionará o desenvolvimento do setor energético nos Estados Unidos. A companhia também informou que pretende explorar outras oportunidades de geração nuclear com a NextEra, em resposta ao aumento da demanda causada pela expansão da inteligência artificial.

A retomada da usina em Iowa acontece em meio ao crescimento expressivo do consumo de energia por data centers de IA, que podem utilizar eletricidade equivalente à de milhões de residências. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o consumo global de energia dos data centers deve dobrar até 2030, impulsionando a necessidade por fontes confiáveis e com baixas emissões de carbono.

Além do Google, outras empresas de tecnologia têm buscado parcerias para garantir fornecimento energético por meio da energia nuclear. Em 2023, a Microsoft assinou acordo com a Constellation Energy para reabrir a usina de Three Mile Island, na Pensilvânia, prevista para 2028.

Historicamente, a energia nuclear passou por um declínio após o desastre de Fukushima em 2011 e a expansão do gás de xisto como alternativa mais barata. Contudo, a crescente demanda por energia limpa e constante reacendeu o interesse no setor, especialmente entre empresas ligadas à tecnologia e inovação.

Especialistas ouvidos pelo Financial Times alertam que a reativação de usinas nucleares requer cuidados rigorosos em relação à segurança e às normas regulatórias para mitigar riscos ambientais e operacionais. A retomada deve respeitar padrões técnicos e regulatórios para garantir a proteção de comunidades e do meio ambiente.

O avanço da inteligência artificial tem impulsionado investimentos em infraestrutura energética, evidenciando a necessidade de fontes sustentáveis e confiáveis. Projetos como o do Google e da NextEra apontam para uma tendência de valorização da energia nuclear como resposta a essa demanda.

Investimentos em energia para IA também contribuem para a diversificação da matriz energética e a diminuição da dependência de fontes fósseis. Os esforços reforçam a busca por equilíbrio entre crescimento tecnológico e sustentabilidade ambiental.

A reativação da usina Duane Arnold reforça o papel da energia nuclear no cenário energético dos Estados Unidos, alinhado com as estratégias das grandes empresas de tecnologia para garantir o funcionamento contínuo de suas operações. O projeto pretende ser concluído até 2029, com impacto relevante na segurança energética nacional.

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Fonte: g1.globo.com