O dólar abriu em queda de 0,58% nesta segunda-feira (27), cotado a R$ 5,3608, influenciado pelo encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia e pela expectativa de uma trégua comercial entre Estados Unidos e China. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, iniciou o pregão às 10h com leve alta.
Na noite de domingo (26), já manhã de segunda na Ásia, Lula avaliou a reunião com Trump como “surpreendentemente boa” e disse ter a impressão de que os problemas entre os países podem ser superados em breve. O encontro, ainda não confirmado oficialmente, ocorre em meio à crise histórica causada pelas tarifas aplicadas pelos EUA a produtos brasileiros.
Trump, que chegou ao Japão nesta segunda-feira, encerrou uma viagem de cinco dias pelo continente asiático. Durante o percurso, firmou acordos comerciais com países do sudeste asiático e tenta negociar uma trégua na guerra comercial com a China, em conversas previstas com o presidente Xi Jinping na Coreia do Sul.
No cenário internacional, a vitória do partido do economista Javier Milei nas eleições legislativas argentinas teve impacto nos mercados locais. O “dólar cripto” recuou para 1.420 pesos, e ações argentinas e bancos listados em Wall Street tiveram valorização no pregão noturno.
No Brasil, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) indicar desaceleração da inflação, as projeções para o índice oficial de 2025 recuaram pela quinta semana consecutiva, de 4,70% para 4,56%, conforme o relatório Focus divulgado pelo Banco Central. Isso reforça a expectativa de controle da inflação e afeta as decisões do mercado financeiro.
O dólar acumula queda de 0,24% na semana, embora esteja 1,31% acima em relação ao início do mês e 12,74% abaixo no ano. O Ibovespa registra alta acumulada de 1,93% na semana e 21,52% no ano, apesar de uma leve queda mensal.
Lula também comentou sobre temas bilaterais a serem tratados com Trump, como o comércio entre os países e as sanções aplicadas a ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele destacou interesse em corrigir “equívocos” nas taxas comerciais, mostrar dados concretos e tratou ainda dos ataques dos EUA a barcos na costa da Venezuela, além das expectativas para a COP 30 e a exploração da Petrobras na Foz do Amazonas.
Enquanto isso, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA registrou alta mensal de 0,3% em setembro, abaixo da expectativa do mercado que projetava 0,4%. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 3,0%, marginalmente inferior à estimativa de 3,1%. O núcleo do CPI, excluindo itens voláteis, também ficou em 0,3% abaixo do previsto. Os números indicam desaceleração, mas ainda ficam acima da meta de 2% do Federal Reserve, o que mantém o debate sobre a política monetária americana em evidência.
A divulgação do relatório sofreu atraso por causa da paralisação parcial do governo dos EUA, que entrou no 24º dia sem sinais de solução. O Senado prepara votação sobre um projeto para garantir pagamento a funcionários essenciais que continuam trabalhando sem remuneração. Democratas resistem à proposta, que discute critérios para pagamento, e exigem uma medida que cubra todos os servidores federais.
O impasse já afeta mais de 750 mil servidores. Nesta semana, o senador Jeff Merkley fez um discurso de mais de 22 horas criticando a decisão do presidente Trump de viajar à Ásia durante a paralisação.
Em Wall Street, os mercados fecharam em alta, impulsionados pelos dados de inflação menores que o previsto, o que aumentou a expectativa de manutenção ou redução da taxa de juros pelo Federal Reserve. O Dow Jones subiu 1,01%, o S&P 500 avançou 0,78% e o Nasdaq Composite ganhou 1,15%.
Na Europa, as bolsas operam em queda, pressionadas por resultados corporativos mistos e indicadores econômicos abaixo da expectativa. Já os mercados asiáticos encerraram em alta, com destaque para Xangai, que atingiu seu maior nível em dez anos, impulsionados pelo compromisso da China em focar na autossuficiência tecnológica e pelas negociações esperadas entre líderes chineses e americanos.
O dólar registrou recentemente a segunda maior cotação da história, chegando a R$ 5,86, reflexo de tensões comerciais e incertezas globais recentes. A queda atual sugere otimismo do mercado diante das negociações em curso.
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Fonte: g1.globo.com
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