Lazer

Os trens não possuem cintos de segurança devido à combinação

Os trens não possuem cintos de segurança devido à combinação
  • Publishedoutubro 26, 2025

Os trens não possuem cintos de segurança devido à combinação de fatores técnicos, práticos e econômicos, além da baixa ocorrência de acidentes ferroviários, segundo especialistas. A ausência desses dispositivos não indica falta de preocupação com a segurança, mas reflete as características específicas do transporte ferroviário.

Dados da Comissão Europeia de 2019 mostram que o risco de morte para passageiros de trem na União Europeia é de 0,09 por bilhão de quilômetros percorridos, valor cerca de 28 vezes menor do que no transporte por automóvel. Essa taxa reduzida de acidentes dificulta a justificativa para o custo da instalação de cintos em todos os vagões.

A estrutura dos trens contribui para essa decisão. Ao contrário dos carros, onde os passageiros permanecem sentados e restritos às posições, nos trens os passageiros podem viajar em pé, caminhar entre os vagões ou trocar de assento, o que impossibilita garantir o uso permanente de cintos de segurança. Essa liberdade de movimentação é parte da experiência de viajar de trem.

Estudos indicam que a maioria dos ferimentos em acidentes ferroviários resulta do impacto dos passageiros contra os assentos. No entanto, os bancos dos trens são projetados para absorver choques e limitar o movimento corporal, o que ajuda a reduzir a gravidade das lesões. Sob esse ponto de vista, os cintos não trariam melhorias significativas e poderiam até agravar os ferimentos em certas situações.

Pesquisas com cintos de segurança de três pontos, semelhantes aos usados em automóveis, apresentaram resultados mistos. Enquanto alguns passageiros protegidos por esses cintos sofriam menos lesões, houve aumento de casos de lesões cervicais em mulheres de baixa estatura e adolescentes. Além disso, adaptar esses cintos aos assentos existentes exigiria uma substituição completa da infraestrutura interna dos vagões, o que representa um desafio econômico e logístico.

A adoção do cinto de dois pontos, usado em aviões, também não é considerada solução adequada. Esse modelo não protege bem contra os movimentos laterais do trem, que ocorrem além dos deslocamentos para frente e para trás. Para que os cintos fossem efetivos, todos os passageiros deveriam permanecer sentados e com o cinto afivelado durante toda a viagem, o que limitaria a liberdade de circulação e afetaria a experiência de deslocamento ferroviário.

Steven R. Ditmeyer, ex-diretor de pesquisa e desenvolvimento da Administração Federal Ferroviária dos Estados Unidos, explicou em 2017 que, globalmente, os trens não utilizam cintos de segurança. Ele destacou que os passageiros apreciam viajar com liberdade de movimento, e os funcionários não querem a responsabilidade de obrigar o uso de cintos.

Dessa forma, a combinação de baixa taxa de acidentes, características do design de trens e a importância dada à mobilidade dos passageiros mantém os trens sem cintos de segurança. A segurança ferroviária é alcançada por outros meios e, até o momento, essa forma de transporte continua entre as mais seguras.

Palavras-chave para SEO: segurança ferroviária, cintos de segurança em trens, acidentes ferroviários, design de trens, transporte ferroviário, infraestrutura ferroviária, mobilidade em trens, risco de acidentes em trens, segurança no transporte público, transporte seguro.

Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By

Leave a Reply