Economia

O poder de compra dos produtores de café em São

O poder de compra dos produtores de café em São
  • Publishedoutubro 25, 2025

O poder de compra dos produtores de café em São Paulo dobrou em relação à média histórica, facilitando a aquisição de fertilizantes para a safra de 2025/26, segundo análise do Centro de Pesquisas da Esalq-Cepea, da USP em Piracicaba. Em outubro de 2025, os preços da saca de café arábica e robusta permitiram que os produtores paulista comprassem fertilizantes com menos sacas, em função da valorização do produto.

Os preços da saca de 60 kg do café arábica ficaram em torno de R$ 2.200, enquanto o café robusta foi cotado a cerca de R$ 1.350. Para comprar uma tonelada de adubo, os agricultores precisaram de 1,16 saca de arábica em 2025, contra 1,44 saca em outubro do ano anterior. Desde 2011, quando os levantamentos começaram, a média histórica indicava a necessidade de 2,6 sacas para essa mesma compra.

Além da valorização dos cafés, a retomada das chuvas nas regiões produtoras contribui para viabilizar as adubações, apontam os pesquisadores. Eles ressaltam que a umidade favorece o desenvolvimento das plantações e a produtividade da safra 2025/26.

No entanto, os preços do café sofreram queda entre junho e agosto, com retração de até 11% na segunda quinzena de setembro de 2025, conforme dados mais recentes do Cepea. De 15 a 22 de setembro, o Indicador Cepea/Esalq do café arábica recuou 10,2%, fechando em R$ 2.133,08, enquanto o robusta caiu 11,1%, a R$ 1.313,22 a saca. Esses movimentos ocorreram em meio à expectativa de chuvas mais intensas, realização de lucros e liquidação de posições na Bolsa de Nova York, além da possibilidade de remoção das tarifas americanas sobre o produto brasileiro.

Apesar da queda recente, os preços do café mantiveram-se em níveis elevados. A alta na última semana de agosto de 2025 sustentou essa perspectiva, com o fim da safra evidenciando volume limitado e restrições no beneficiamento. O indicador Cepea/Esalq mostrou aumento de 43% para o robusta em Espírito Santo em agosto, com a saca chegando a R$ 1.469,43. Para o arábica em São Paulo, houve alta de 26,3% no mesmo mês, fechando a R$ 2.287,56.

No mercado internacional, a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro impactou as exportações e causou incertezas ao setor. Estudos indicam que o Brasil poderá precisar redirecionar parte da produção para outros mercados, exigindo ajustes logísticos e comerciais. A Colômbia, concorrente do Brasil no segmento arábica, está isenta das novas tarifas, enquanto o Vietnã negocia redução para 20% na taxa sobre o robusta.

O aumento do custo de importação nos EUA afeta a cadeia interna da cafeicultura brasileira, que envolve torrefadoras, cafeterias, indústrias e varejo. Pesquisadores do Cepea alertam que a exclusão do café do pacote tarifário é estratégica tanto para o Brasil quanto para a estabilidade do mercado americano.

No curto prazo, apesar da capitalização obtida pelos produtores com a safra 2024/25, a comercialização da produção 2025/26 avança lentamente. Os produtores preferem vender volumes mínimos para manter o fluxo de caixa, aguardando clareza sobre o cenário tarifário. As incertezas também abrangem as importações brasileiras de frutas frescas, cujo volume e origem podem ser afetados pela conjuntura global.

Com a volatilidade dos preços e os desafios no comércio internacional, o setor cafeeiro brasileiro segue em alerta sobre os impactos das políticas tarifárias externas e as condições climáticas internas, fatores que influenciam diretamente a produção e a sustentabilidade da cadeia.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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