Atrizes pornô com mais de 40 anos se reinventam como influen

Atrizes pornô com mais de 40 anos têm se reinventado como influenciadoras digitais e figuras da cultura pop para ampliar sua autonomia e diversificar suas fontes de renda. Nomes como Angela White e Sophie Dee migraram da atuação em filmes adultos para a produção autoral de conteúdo, debates e campanhas sociais, consolidando um novo espaço além das câmeras.

Angela White, austráliana de 41 anos, é um exemplo dessa transformação. Detentora do próprio conteúdo e pauta, ela deixou de lado os roteiros convencionais para criar vídeos independentes, séries e discussões sobre saúde sexual. Nas redes sociais, ela aborda empoderamento, inclusão e causas LGBTQIA+, mantendo o humor como elemento central.

Além de manter uma comunicação direta com seus seguidores, Angela tem levado sua experiência para espaços acadêmicos, como palestras na Universidade de Melbourne sobre cinema adulto e estudos de gênero. Essa postura contribui para uma maior compreensão da indústria e seu impacto social.

Sophie Dee, galesa de 42 anos, também desenvolve sua presença online com uma mistura de fotos sensuais, posts humorísticos e vídeos que discutem autoestima e bastidores. Ela administra suas próprias plataformas adultas, participa de eventos de moda e programas de televisão, expandindo seu alcance para além do público tradicional do pornô.

Essas atrizes não apenas acumulam milhões de seguidores no Instagram, mas se tornaram marcas fortes que adaptam seus conteúdos para públicos variados. Elas transitam entre humor e crítica social, colocando temas antes considerados tabus em debate aberto.

Campanhas publicitárias dessas artistas, como as de lingerie, ultrapassam os canais habituais do mercado adulto, alcançando revistas de moda, perfis de lifestyle e colunas de comportamento. A faixa etária delas é vista como um diferencial que reflete maturidade e autonomia, caracterizando-se como “lobas”, termo associado à emancipação no campo do desejo.

O movimento ganha dimensão global com outras figuras, como Stoya e Tasha Reign, que também cruzaram a barreira dos 40 e investem em podcasts, literatura erótica, festivais e parcerias artísticas. Essas profissionais não abandonam a explicitude, mas assumem o papel de editoras de sua própria imagem, criando múltiplos canais de diálogo com seus públicos.

Elas exploram a sátira pop, debates feministas e campanhas a favor da liberdade sexual e da expressão artística, construindo um novo erotismo que dialoga com questões culturais contemporâneas. A trajetória dessas atrizes mostra que não existe um momento fixo para “sair de cena”, reforçando que o protagonismo na indústria adulta pode crescer com o tempo.

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Fonte: g1.globo.com