Os números de povos e línguas indígenas no Brasil aumentaram

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Os números de povos e línguas indígenas no Brasil aumentaram na última década, conforme dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24). O crescimento ocorre devido a mudanças na metodologia de coleta de informações e a uma maior autoafirmação das comunidades indígenas.

O levantamento registrou 391 etnias no país, um aumento de 86 em relação às 305 catalogadas em 2010. Já o número de línguas indígenas subiu de 274 para 295 nesse período. Do total de 1,7 milhão de indígenas no Brasil, cerca de 1,2 milhão declararam sua etnia.

O IBGE considera como etnia indígena um grupo definido por afinidades linguísticas, culturais e sociais. Entre as novidades, foram incluídos 75 novos etnônimos, que são os nomes que as próprias comunidades utilizam para se identificar. Também houve desagregações de grupos que anteriormente estavam agrupados, o que contribuiu para o aumento do número de povos.

Marta Antunes, gerente de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, explicou que a inclusão das etnias transfronteiriças, que cruzam fronteiras com países vizinhos como Colômbia e Venezuela, também influenciou no crescimento. Antes, essas populações eram agrupadas sob a classificação “etnias de outros países”, mas agora foram contabilizadas individualmente sempre que tinham mais de 20 integrantes no levantamento, gerando oito novas entradas.

O estudo aponta que a diversidade étnica cresceu praticamente em todos os estados brasileiros. A única exceção foi o Amapá, que teve a quantidade de etnias registrada reduzida de cinco para três entre 2010 e 2022.

Estados como São Paulo, Amazonas, Bahia, Pará e Goiás apresentam os maiores números de etnias, com destaque para São Paulo que registra 271 grupos indígenas. Nas capitais, São Paulo, Manaus, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador concentram maior diversidade, com 194, 186, 176, 167 e 142 etnias, respectivamente.

Além das capitais, municípios como Campinas (SP), Santarém (PA) e Iranduba (AM) também apresentam elevada diversidade de povos indígenas, com 96, 87 e 77 etnias identificadas, respectivamente.

Entre os maiores povos indígenas estão os Tikúna (74.061 pessoas), Kokama (64.327), Makuxí (53.446), Guarani Kaiowá (50.034) e Kaingang (45.840), segundo o Censo 2022.

O aumento no número de línguas indígenas reflete também a valorização cultural e a preservação das tradições linguísticas pelas comunidades. A lista com as 75 novas etnias inclui povos como os Akroá-Gamela, Amahuaca, Embera, Kamakã Mongoió, Mura Pirahã, Tapuya-Kariri, entre outros.

O Censo desse ano traz informações detalhadas que podem contribuir para políticas públicas destinadas à proteção e valorização das populações indígenas no país, reforçando a importância do reconhecimento da diversidade étnica e linguística.

O IBGE disponibilizou mapas e vídeos que indicam a distribuição de línguas e povos indígenas nas cidades brasileiras, ampliando o acesso a esses dados e possibilitando maior conhecimento sobre a população indígena no Brasil.

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Fonte: g1.globo.com

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Fonte: g1.globo.com

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