O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (24) os dados do Censo Demográfico 2022 que mostram as 10 línguas indígenas mais faladas no Brasil e um aumento na diversidade linguística em relação ao último censo de 2010.
O levantamento aponta que atualmente o Brasil possui 295 línguas indígenas, presentes em cerca de 20% dos municípios brasileiros, número 7% maior do que os 274 registrados em 2010. O total de povos indígenas identificados subiu para 391, um crescimento de 30%.
O aumento no número de línguas e povos está ligado a mudanças na metodologia de coleta, que permitiu desagregar etnias que antes estavam agrupadas. Além disso, houve um crescimento no auto-reconhecimento indígena, processo descrito pelo IBGE como “autoafirmação étnica e revitalização de pertencimento”.
O número de indígenas que falam uma ou mais línguas indígenas cresceu 47%, passando de 293.853 em 2010 para 433.980 em 2022. No entanto, o percentual de falantes em relação ao total da população indígena sofreu redução, já que a população indígena cresceu em números absolutos.
Segundo a gerente de Povos e Comunidades Tradicionais e Grupos Populacionais Específicos do IBGE, Marta Antunes, o aumento no número absoluto de falantes demonstra que as línguas indígenas continuam sendo utilizadas e transmitidas, principalmente entre os mais jovens. A idade mediana dos falantes é 21 anos, menor que os 25 anos da população indígena em geral, indicativo de que a língua está sendo mantida entre as novas gerações.
As 10 línguas indígenas mais faladas no Brasil em 2022, segundo o IBGE, são:
1. Tikúna, com 51.978 falantes, 88% nas Terras Indígenas.
2. Guarani Kaiowá, com 26.596 falantes.
3. Guajajara, com 29.212 falantes, 90% em Terras Indígenas.
4. Kaingang, com 27.482 falantes, 79% em Terras Indígenas.
5. Xavante, com 21.772 falantes, 86% em Terras Indígenas.
6. Yanomami, com 19.174 falantes, 96% em Terras Indígenas.
7. Sateré-Mawé, com 15.421 falantes.
8. Nheengatu, com 13.070 falantes, cerca de 60% moram fora das Terras Indígenas.
9. Munduruku, com 12.961 falantes.
10. Tukano, com 12.435 falantes, 60% residem em Terras Indígenas.
A pesquisa também indica que a migração interna e internacional tem impacto na diversidade indígena do país. Povos provenientes da Venezuela, como os Warao, passaram a ser identificados separadamente após migrarem para o Brasil a partir de 2018.
A língua Warao, falada pelo povo homônimo de origem venezuelana, foi a mais presente no Rio Grande do Norte, Piauí e Distrito Federal em 2022, com 4.389 falantes registrados. Esses grupos indígenas migrantes são integrados ao conjunto de etnias indígenas oficialmente reconhecidas no país.
Os dados reforçam a pluralidade cultural e linguística do país e apontam tendências na manutenção e transformação das línguas indígenas no contexto brasileiro contemporâneo.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com