Os preços do petróleo subiram 5% nesta quinta-feira

Os preços do petróleo subiram 5% nesta quinta-feira (16) após os Estados Unidos anunciarem novas sanções contra os maiores fornecedores russos, Rosneft e Lukoil, em resposta à guerra na Ucrânia. A medida pressiona os mercados globais a buscar alternativas ao petróleo russo, afetando o fornecimento e os preços internacionais.
Por volta das 9h25 (horário de Brasília), o petróleo Brent avançou 4,65%, sendo negociado a US$ 65,53 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), referência dos EUA, subiu 5%, chegando a US$ 61,49. O movimento ampliou os ganhos observados na sessão anterior, influenciado também pela queda inesperada nos estoques norte-americanos.
As sanções afetam principalmente as refinarias da China e da Índia, que dependem do petróleo russo para atender sua demanda. Para evitar sanções financeiras e a exclusão do sistema bancário ocidental, esses países precisarão encontrar fornecedores alternativos, segundo Ole Hansen, analista do Saxo Bank.
Além das sanções anunciadas pelos EUA, a Grã-Bretanha aplicou restrições à Rosneft e Lukoil na semana passada, enquanto a União Europeia aprovou um 19º pacote de sanções que inclui a proibição das importações de gás natural liquefeito (GNL) russo.
O mercado de futuros do petróleo Brent entrou em “backwardation”, indicando que os contratos para entrega imediata são negociados acima dos contratos para entregas em seis meses. Após o anúncio das sanções, os preços dos contratos mais próximos subiram mais de US$ 2 por barril.
A resposta da Índia será crucial para a efetividade das medidas. Atualmente, o país é o maior comprador de petróleo bruto russo transportado por via marítima, aproveitando descontos desde o início do conflito. No entanto, fontes do setor indicam que as refinarias indianas devem reduzir significativamente suas importações russas devido às novas sanções.
A Reliance Industries, principal compradora privada de petróleo russo na Índia, planeja diminuir ou cessar completamente suas aquisições do país, segundo informações de duas fontes que acompanham o mercado.
Apesar das sanções recentes, a produção e as receitas da Rússia com o petróleo praticamente não sofreram impacto nos últimos três anos e meio, conforme avaliação do analista Claudio Galimberti, da Rystad Energy. A continuidade da situação dependerá da capacidade russa de encontrar novos mercados e do cumprimento das restrições pelos compradores atuais.
Além do cenário externo, o Ibama autorizou a Petrobras a explorar petróleo no Amapá, reforçando a produção nacional. A descoberta de petróleo em poço ultra profundo na Bacia Potiguar também aponta para o potencial de aumento da oferta doméstica no futuro próximo.
A escalada das sanções internacionais e as decisões dos países compradores devem continuar a influenciar os preços do petróleo e a dinâmica do mercado global nos próximos meses.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com