Uma falha no serviço de computação em nuvem Amazon Web Services (AWS) na região US-EAST-1 causou instabilidade em cerca de 500 empresas no mundo todo, incluindo iFood, Mercado Livre e PicPay, na segunda-feira (20). A interrupção durou aproximadamente 15 horas e afetou serviços que dependem da infraestrutura da AWS para armazenar e processar dados.
A AWS oferece infraestrutura de data centers para que empresas possam “alugar” capacidade de processamento e armazenamento, evitando custos elevados de manter equipamentos próprios. A região US-EAST-1, a mais antiga e utilizada da AWS, localizada no norte da Virgínia (EUA), é referência para diversos serviços e tem preços menores em relação a outras regiões, como a unidade brasileira em São Paulo.
Segundo especialistas, a diferença de custo entre essas regiões está ligada a fatores locais como energia, equipamentos e mão de obra. A AWS permite que clientes escolham diferentes tipos de servidores virtuais, adaptados às necessidades específicas de cada aplicação, como inteligência artificial, segurança e transmissão de vídeo.
A falha começou na madrugada do dia 20, quando o sistema DynamoDB, banco de dados da AWS projetado para alta velocidade e estabilidade, apresentou “taxas de erro significativas” no processo de resolução de DNS. Esse sistema é responsável por transformar nomes de domínio em endereços IP, essenciais para o funcionamento de serviços online.
Além disso, clientes enfrentaram dificuldades para criar novos servidores virtuais no serviço Elastic Compute Cloud (EC2), que oferece capacidade ajustável conforme a demanda. O erro foi detectado às 4h11 (horário de Brasília) e a AWS informou que normalizou os serviços às 19h01.
A interrupção afetou diretamente aplicativos e serviços usados por consumidores e empresas, causando instabilidade em plataformas de comércio eletrônico, delivery e pagamentos digitais. No Brasil, foram registrados impactos em iFood, Mercado Livre e PicPay, entre outros.
Especialistas em computação destacam que, mesmo com sistemas sofisticados, a concentração de serviços em um único provedor pode aumentar os riscos de instabilidade global. Professor da Universidade Cornell, Ken Birman, apontou que desenvolvedores precisam criar sistemas com maior tolerância a falhas para mitigar danos em eventos similares.
Nesta década, a dependência de serviços em nuvem cresceu significativamente, tornando sistemas digitais cada vez mais interconectados. Nishanth Sastry, da Universidade de Surrey, explicou que o problema evidenciou como muitas empresas dependem dos mesmos serviços para manter suas operações.
A AWS já enfrentou interrupções na mesma região em anos anteriores, mas esta foi considerada a maior desde julho de 2024, quando a empresa CrowdStrike sofreu uma falha que impactou hospitais, bancos e aeroportos.
O incidente reforça a importância de estratégias de redundância e resiliência em infraestrutura digital para evitar paralisações prolongadas e garantir a continuidade dos serviços em plataformas críticas para o comércio e a vida cotidiana.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com
