A Ambipar, empresa de gestão ambiental que atua

Imagem: s2-g1.glbimg.com

A Ambipar, empresa de gestão ambiental que atua em 41 países, entrou com pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (20) para evitar a falência diante de uma crise financeira. O pedido atende à necessidade de renegociar dívidas bilionárias e tentar reverter a perda de confiança do mercado.

Fundada em 1995 por Tércio Borlenghi Neto, a Ambipar cresceu e se tornou referência em sustentabilidade, com mais de 23 mil funcionários. A empresa estreou na Bolsa brasileira, a B3, em julho de 2020, quando a pauta ESG ganhou força global devido à pandemia de coronavírus. Com isso, atraiu investidores interessados em negócios ambientais.

Entre 2020 e 2022, a Ambipar investiu R$ 1,5 bilhão na compra de 22 empresas, ampliando sua presença na América do Norte, Europa e Brasil. Entre as aquisições, destacam-se a americana Witt O’Brien’s e a britânica Enviroclear. No entanto, a expansão acelerada trouxe problemas financeiros. A companhia investiu muito, mas não conseguiu equilibrar o crescimento com lucro ou fluxo de caixa.

Especialistas apontam que o setor ambiental tem margens de lucro baixas e que as 40 aquisições feitas em menos de cinco anos ampliaram os riscos. A valorização do dólar também agravou a situação, já que parte das dívidas da Ambipar está nominada em moeda estrangeira, encarecendo o serviço da dívida.

A crise financeira se intensificou em 2025 após uma operação de crédito com o Deutsche Bank que gerou grandes perdas. A empresa conseguiu na Justiça do Rio de Janeiro uma medida para suspender cláusulas contratuais que poderiam ampliar o vencimento das dívidas antes do previsto, evitando uma possível insolvência imediata. O risco dessas cláusulas ultrapassava R$ 10 bilhões.

As ações da Ambipar perderam mais de 90% do valor em um ano, refletindo a desconfiança do mercado. A crise de gestão também aumentou com a saída do diretor financeiro João Arruda, ocorrida no mesmo período. Nos primeiros semestres de 2025, a empresa acumulou prejuízo de R$ 134,1 milhões, revertendo o lucro registrado em 2024.

Além dos problemas financeiros, a Ambipar foi retirada de nove índices da B3 e perdeu o selo de ações verdes, ligado à governança e sustentabilidade. Investidores que compraram Certificados de Operações Estruturadas (COEs) ligados à Ambipar, vendidos por corretoras como XP e BTG Pactual, enfrentaram perdas significativas. Os COEs prometiam ganhos com proteção do capital, mas na prática tinham alta exposição a riscos.

Especialistas explicam que esses COEs podiam ser liquidados antecipadamente em caso de problemas da empresa, pagando apenas uma pequena fração do valor investido. No caso da Ambipar, os investidores receberam cerca de 7% do dinheiro aplicado. O impacto dessas perdas ampliou a crise da companhia.

O CEO da consultoria Excellance, Max Mustrangi, avalia que a Ambipar cometeu erros de gestão, especialmente na estratégia de expansão sem controle rigoroso do caixa. Segundo ele, a empresa enfrenta risco real de falência nos próximos meses caso não consiga reverter o quadro.

A recuperação judicial representa uma tentativa da Ambipar de reorganizar suas finanças e preservar suas operações. O desfecho dependerá da renegociação de dívidas e da capacidade da empresa de ajustar sua estratégia para retomar a confiança dos investidores.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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