Os principais líderes da China se reúnem em Pequim nesta

Os principais líderes da China se reúnem em Pequim nesta semana para definir as metas e prioridades do país para a próxima década, que orientarão o plano quinquenal de 2026 a 2030. As decisões tomadas na Plenária do Comitê Central do Partido Comunista Chinês serão a base desse planejamento estratégico, cujas diretrizes devem ser anunciadas oficialmente em 22 de outubro.

O modelo chinês de planejamento centralizado, guiado por ciclos quinquenais em vez de processos eleitorais, tem gerado impactos significativos na economia global ao longo das últimas décadas. O plano quinquenal serve para definir objetivos nacionais e mobilizar recursos do Estado para alcançá-los, segundo especialistas do Instituto de Políticas da Sociedade Asiática.

O primeiro grande momento dessa estratégia ocorreu entre 1981 e 1984, com a política de “reforma e abertura” promovida pelo líder Deng Xiaoping. Após décadas de controle estatal rígido e crises econômicas e sociais, o país começou a adotar elementos da economia de mercado e a criar zonas de livre comércio. Essa mudança transformou a economia chinesa e influenciou a globalização industrial ao transferir milhões de empregos manufatureiros do Ocidente para a China.

Entre 2011 e 2015, o foco do planejamento quinquenal mudou para o desenvolvimento das “indústrias estratégicas emergentes”, incluindo tecnologias verdes como veículos elétricos e energia renovável. Essa iniciativa buscou evitar que o país ficasse preso na “armadilha da renda média” e promovesse inovação tecnológica. Atualmente, a China lidera a produção mundial de energias renováveis, veículos elétricos e controla o fornecimento de terras raras, recursos essenciais para setores como semicondutores e inteligência artificial.

No período atual, entre 2021 e 2025, o governo chinês adota o conceito de “desenvolvimento de alta qualidade”, que visa consolidar a China como líder global em tecnologia e reduzir a dependência de inovações estrangeiras, especialmente dos Estados Unidos. Essa estratégia responde às restrições internacionais, como as proibições de exportação de semicondutores aplicadas pelos EUA, e busca avançar em áreas como produção de chips, computação e inteligência artificial, com foco na autossuficiência e segurança nacional.

O próximo plano quinquenal deve ampliar essas prioridades, reforçando a importância da independência tecnológica e da proteção contra embargos. Essa orientação está alinhada à ideologia do Partido Comunista Chinês, que visa garantir soberania econômica e evitar a dominação por potências estrangeiras. O planejamento quinquenal desta semana terá impacto não só para a China, mas para a estrutura econômica mundial nos próximos anos.

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Fonte: g1.globo.com