Economia

A Petrobras recebeu autorização do Ibama para perfurar

A Petrobras recebeu autorização do Ibama para perfurar
  • Publishedoutubro 20, 2025

A Petrobras recebeu autorização do Ibama para perfurar um poço exploratório em águas profundas na região da Foz do Amazonas, mas as ações da empresa não apresentaram alta significativa nesta segunda-feira (20). A medida visa iniciar uma fase de pesquisa na chamada Margem Equatorial, considerada uma possível nova fronteira de petróleo no Brasil.

O Ibama concedeu a licença após a Petrobras comprovar a estrutura de proteção ambiental para a operação. A perfuração deverá começar imediatamente e durar cerca de cinco meses. A região tem potencial estimado de até 10 bilhões de barris, conforme dados do Ministério de Minas e Energia (MME).

Apesar do avanço estratégico, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) recuaram 0,54%, enquanto as preferenciais (PETR4) tiveram leve alta de 0,13%. Especialistas afirmam que o mercado esperava essa decisão e que fatores externos continuam pressionando a empresa.

Segundo o economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a expectativa de queda no preço do barril de petróleo, com média prevista de US$ 50 em 2026, reduziu o entusiasmo dos investidores. Pires ressalta ainda o impacto do cenário político, com o ano eleitoral e as possíveis demandas governamentais sobre a Petrobras.

Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, destaca que a licença representa apenas o início da pesquisa exploratória, sem produção imediata. Ele lembra que a área poderá apresentar características semelhantes às encontradas na Guiana, onde houve recente crescimento na exploração petrolífera.

O governador do Amapá e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, consideram a licença uma demonstração de que crescimento econômico e preservação ambiental podem caminhar juntos e fortalecer a soberania energética do país. Por outro lado, ambientalistas criticam a decisão, classificando-a como um golpe nas políticas ambientais, especialmente às vésperas da COP30.

O bloco FZA-M-059, onde ocorrerá a perfuração, fica a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas e 175 km da costa. A fase atual é exclusivamente exploratória e pode abrir caminho para produção caso sejam confirmados volumes comerciais de petróleo.

Para que a Petrobras avance para a produção será necessário comprovar a comercialidade da área e obter novo licenciamento ambiental específico para essa fase. A estatal e o governo defendem a importância de novas fronteiras para garantir a segurança energética do país e recursos para a transição energética.

O Ministério de Minas e Energia estima que as reservas da Foz do Amazonas permitirão explorar até 1,1 milhão de barris por dia, superando a produção dos campos de Tupi e Búzios, principais fontes atuais do pré-sal. Caso confirmadas, essas reservas poderão ampliar a autonomia do Brasil até 2030.

Executivos do mercado financeiro recomendam que investidores mantenham visão de longo prazo, pois os impactos significativos na receita e produção da Petrobras devem ocorrer apenas a partir de 2030.

O processo de licenciamento ambiental do bloco teve início em 2014 e envolveu diversas etapas, incluindo simulado de emergência para testes de segurança aprovado pelo Ibama em agosto. A autorização atual encerra uma fase fundamental para que a empresa avance na exploração.

A decisão mantém o país em debate sobre o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, soberania energética e proteção ambiental, tema que deve ser reforçado com a aproximação da conferência climática internacional.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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