Mia Badgyal, travesti de 28 anos da Zona Leste de

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Mia Badgyal, travesti de 28 anos da Zona Leste de São Paulo, desponta na cena pop paulista ao unir suas raízes no coral de uma igreja pentecostal com a música eletrônica do ambiente underground. Ela constrói sua carreira a partir de experiências pessoais e transforma influências religiosas em uma plataforma para sua criação musical.

A trajetória de Mia começou na infância, quando cantava em diversas igrejas pentecostais da região. A artista lembra que a igreja funcionava como um espaço cultural nas periferias, oferecendo acesso a canto, teatro e dança, mesmo sem aulas formais. “A igreja era realmente o único lugar que a gente tinha para mostrar o talento”, afirmou em entrevista ao g1, ressaltando o papel desse ambiente na formação artística de muitos músicos.

Na adolescência, Mia se afastou do meio religioso e da música, ao romper com a identidade imposta pela igreja. Esse distanciamento trouxe um período sem produção musical, pois a artista associava sua relação com a música exclusivamente ao ambiente da igreja. Posteriormente, retoma a música com outro foco, voltado para a cena noturna.

Mia integra o projeto NOVAS FREQUÊNCIAS, do g1 São Paulo, que traz entrevistas com músicos e produtores que inovam na capital. Entre suas parcerias, destacam-se nomes como Jup do Bairro, Cyberkills e Irmãs de Pau. Ela também foi convidada para abrir a apresentação da cantora Charli XCX em show solo na cidade.

A artista lançou dois álbuns recentemente. Emergência (2023) foi criado durante a pandemia e traz sonoridades latinas influenciadas pelo reggaeton. Já Mucho Sexy (2024) reflete a vida noturna e a música eletrônica, com produção voltada para pistas de dança. Segundo Mia, o segundo disco nasceu dos eventos noturnos que passou a frequentar, oferecendo uma sonoridade mais madura e polida.

Mia busca experimentar com os sons, criando um universo próprio que mistura letras e instrumentais que se repetem em diferentes faixas, com referências internas inspiradas em artistas como Rosalía. Ela pretende inserir o pop na música underground, projetando refrãos que possam ser tocados em ambientes de festa e dança.

A artista admite que sua música transita entre dois mundos: “muito pop para ser underground, muito underground para ser pop”. Ela acredita que a produção diferente e os timbres experimentais ajudam o trabalho a alcançar ambos os públicos, mantendo estruturas pop, mas ao mesmo tempo inovando nas sonoridades.

Com a consolidação de sua carreira, Mia Badgyal demonstra como elementos da periferia e da religião podem ser reelaborados para a criação artística contemporânea, estabelecendo uma voz própria dentro da pluralidade musical de São Paulo.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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