O aplicativo de mensagens Arattai, desenvolvido pela empresa

O aplicativo de mensagens Arattai, desenvolvido pela empresa indiana Zoho, registrou um crescimento expressivo e disputará espaço com o WhatsApp na Índia, principal mercado do aplicativo da Meta. A popularização ocorreu nas últimas semanas, impulsionada por um movimento do governo federal indiano que incentiva o uso de produtos nacionais para estimular a autossuficiência econômica.
Segundo a Zoho, o Arattai alcançou sete milhões de downloads em uma semana recente, número notavelmente maior do que os menos de 10 mil downloads registrados em agosto, conforme dados da empresa Sensor Tower. Embora lançado discretamente em 2021, o app ganhou destaque após autoridades relevantes, incluindo o primeiro-ministro Narendra Modi e ministros do governo, apoiarem publicamente o uso de “aplicativos feitos na Índia”.
O ministro da Educação, Dharmendra Pradhan, publicou no X (antigo Twitter) um apelo para que a população adote o Arattai, reforçando a mensagem governamental de “produzir na Índia e gastar na Índia”. Outros líderes políticos e empresários também têm promovido o aplicativo, o que a Zoho classifica como um fator decisivo para o aumento acelerado no número de usuários cadastrados e ativos.
O Arattai oferece funcionalidades similares ao WhatsApp, como envio de mensagens, chamadas de voz e vídeo, além de ferramentas para uso comercial. O aplicativo foi desenvolvido para operar em celulares básicos e conexões lentas, o que o torna acessível para grande parte da população indiana. Segundo a Sensor Tower, mais de 95% dos usuários ativos em setembro estavam localizados na Índia.
Apesar da popularização recente, o Arattai ainda está distante do volume de usuários do WhatsApp. O mensageiro da Meta possui cerca de 500 milhões de usuários mensais ativos no país, consolidando-se como parte integrante do cotidiano indiano em comunicações pessoais e negócios.
Especialistas apontam que o principal desafio para o Arattai será reter os usuários e oferecer um produto competitivo além do apelo nacionalista. O escritor e analista Prasanto K Roy destaca que o WhatsApp abriga um ecossistema robusto que inclui empresas e serviços governamentais, dificultando a substituição pelo aplicativo indiano.
Outra questão levantada refere-se à privacidade dos dados. Atualmente, o Arattai oferece criptografia de ponta a ponta para chamadas, mas não para mensagens de texto, o que pode expor as comunicações a monitoramento. O editor do portal MediaNama, Shashidhar KJ, aponta que o governo indiano busca manter a rastreabilidade das mensagens por questões de segurança, o que pode comprometer a privacidade dos usuários.
A Zoho afirmou que trabalha para implementar a criptografia completa o mais rapidamente possível, embora o lançamento inicial tenha ocorrido antes da conclusão dessa etapa. O CEO Mani Vembu ressaltou o compromisso da empresa em manter o controle dos dados pelos usuários, cumprindo as leis indianas e garantindo transparência em relação às obrigações legais.
No cenário regulatório da Índia, leis exigem que plataformas compartilhem dados em determinadas circunstâncias, o que já tem gerado disputas com empresas estrangeiras como Meta e X (antigo Twitter). Essas companhias enfrentam desafios jurídicos para resistir a solicitações governamentais consideradas abusivas, mas contam com recursos para isso.
Analistas consideram que a experiência demonstra as dificuldades para aplicativos locais desafiarem o domínio de gigantes internacionais. A Zoho pode enfrentar pressão do governo para fornecer dados, especialmente diante da promoção oficial ao Arattai.
Resta observar se o Arattai conseguirá consolidar sua base de usuários e se diferenciar das alternativas existentes, ou se seguirá o caminho de outros aplicativos indianos que não mantiveram o sucesso inicial.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com