Mauro Vieira fala após encontro com Marco Rubio

Imagem: s2-g1.glbimg.com

Mauro Vieira fala após encontro com Marco Rubio: Lula e Trump devem se reunir em breve

O dólar inicia a sessão desta sexta-feira (17) em queda. Por volta das 9h15, a moeda americana recuava 0,13%, sendo negociada a R$ 5,4350. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.

Os investidores seguem atentos à agenda diplomática dos Estados Unidos e às movimentações econômicas no Brasil. Enquanto Brasília e Washington articulam uma nova rodada de negociações comerciais, o cenário global é marcado por tensões geopolíticas e pela expectativa de encontros entre líderes de grandes potências.

do g1 para ver notícias em tempo real e de graça

▶️ O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que Brasil e Estados Unidos devem iniciar uma série de reuniões para discutir acordos comerciais nas próximas semanas. Ele destacou que Lula e Donald Trump devem se encontrar “em breve”.

O chanceler se reuniu com o secretário de governo americano, Marco Rubio, na Casa Branca, e classificou o encontro como “ótimo” e “produtivo”.

▶️ Em Washington, Trump recebe hoje o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. A expectativa pelo encontro levou à queda dos preços do petróleo nesta manhã.

▶️ Trump também afirmou que deve se reunir com Vladimir Putin nas próximas semanas, possivelmente em Budapeste. O republicano disse ter tido uma conversa “produtiva” com o líder russo e que pretende discutir um possível fim da guerra na Ucrânia — gesto que gerou apreensão entre aliados europeus.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

💲Dólar

a

Acumulado da semana: -1,10%;

Acumulado do mês: +2,26%;

Acumulado do ano: -11,93%.

📈Ibovespa

Acumulado da semana: +1,08%;

Acumulado do mês: -2,76%;

Acumulado do ano: +18,22%.

IBC-BR

A economia brasileira voltou a crescer em agosto, após três meses seguidos de queda. Segundo o Banco Central, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que funciona como uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), subiu 0,4% em relação a julho. Apesar do avanço, o resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava uma alta de 0,6%.

Na comparação com agosto do ano passado, o crescimento foi de apenas 0,1%. Já no acumulado de 12 meses, o IBC-Br teve alta de 3,2%. O indicador é calculado com base em dados da agropecuária, indústria, serviços e impostos sobre a produção.

Em agosto, a indústria cresceu 0,8% e os serviços avançaram 0,2%. Por outro lado, o setor agropecuário teve queda de 1,9%. Se excluído esse setor, o índice geral teria subido 0,4%.

O mês também foi marcado pela entrada em vigor de tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros como carne, café, frutas e calçados.

Mesmo assim, os dados do IBGE foram positivos: a produção industrial cresceu 0,8%, os serviços subiram 0,1% e o varejo teve alta de 0,2%, interrompendo quatro meses de queda.

O Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano e indicou que ela deve continuar nesse nível por um período prolongado para controlar a inflação. Segundo a pesquisa Focus, a expectativa de crescimento do PIB é de 2,16% em 2025 e de 1,80% em 2026.

Mauro Vieira se encontra com Marco Rubio

Representantes dos governos brasileiro e norte-americano se reúnem nesta quinta-feira para discutir o tarifaço — em vigor desde 6 de agosto — e as sanções aplicadas a autoridades brasileiras (veja mais abaixo).

O encontro acontece à tarde, em Washington, entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

Vieira chegou à capital americana na segunda-feira (13), e a reunião foi acertada após uma conversa telefônica entre os dois na semana passada. A realização do encontro foi confirmada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um evento no Rio de Janeiro.

Ainda nesta semana, durante uma reunião com o presidente da Argentina, Javier Milei, o presidente Donald Trump sinalizou um dos temas que pretende incluir nas negociações com o Brasil: a possibilidade de substituir o dólar por uma moeda comum entre os países que integram o Brics — grupo formado por algumas das principais economias emergentes do mundo.

China critica EUA

A China acusou os EUA de criar alarme em relação às novas regras chinesas sobre exportação de terras raras — materiais essenciais para a produção de eletrônicos, baterias e equipamentos de alta tecnologia.

Segundo o governo chinês, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, fez declarações distorcidas sobre um importante negociador comercial do país, rejeitando o pedido da Casa Branca para que as restrições fossem revistas.

Em resposta, o jornal oficial do Partido Comunista da China publicou uma nota com sete pontos contestando as críticas dos negociadores americanos. Eles haviam sugerido que Pequim poderia evitar as tarifas de 100% das pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos chineses, caso recuasse nas medidas que devem entrar em vigor em 8 de novembro.

Apesar de os investidores estarem aliviados por EUA e China terem evitado aumentos de tarifas nos últimos meses, cada novo conflito verbal entre os dois países ameaça comprometer uma reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, prevista para ocorrer na Coreia do Sul no fim do mês — encontro que tem ajudado a manter a estabilidade nos mercados.

Durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yongqian, afirmou que os Estados Unidos estão exagerando e distorcendo as medidas chinesas, o que gera confusão e preocupação desnecessária. Ele garantiu que, desde que os pedidos de exportação estejam corretos e tenham uso civil, serão aprovados normalmente.

As novas regras de exportação levantaram dúvidas entre negociadores e analistas internacionais. Muitos se perguntam se a China exigirá que qualquer produto fabricado no mundo que contenha até mesmo pequenas quantidades de terras raras chinesas precise de uma licença para ser exportado. He Yongqian negou essa possibilidade.

O representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, criticou as medidas chinesas, chamando-as de uma tentativa de controlar a cadeia global de suprimentos. Já Scott Bessent sugeriu que a trégua tarifária de 90 dias — válida até cerca de 9 de novembro — poderia ser prorrogada.

As relações comerciais entre os dois países pareciam mais estáveis após um telefonema entre Trump e Xi em 19 de setembro, que ocorreu depois de uma reunião em Madri entre autoridades dos dois governos. O encontro foi considerado um avanço, especialmente por conta do acordo envolvendo o aplicativo TikTok.

EUA em paralisação pelo 17º dia

A paralisação do governo dos EUA (shutdown) chega ao 17º dia nesta sexta-feira (17), sem sinais de resolução. O impasse político já começa a afetar diretamente milhões de americanos, incluindo militares e famílias que dependem de programas sociais.

Embora o Departamento de Defesa tenha conseguido realocar recursos para garantir o pagamento dos soldados em 15 de outubro, há incerteza sobre os salários previstos para o fim do mês, o que tem gerado preocupação entre os militares.

Outro ponto crítico é o programa de assistência alimentar SNAP, que atende cerca de 42 milhões de pessoas em todo o país. Caso o bloqueio orçamentário continue, o governo não terá recursos suficientes para pagar integralmente os benefícios de novembro, segundo alerta do Departamento de Agricultura.

O Senado, que não teve sucesso em aprovar a reabertura do governo em dez tentativas anteriores, tem nova votação marcada para a próxima segunda-feira (20). Se o impasse persistir até lá, esta será a terceira paralisação mais longa da história dos EUA.

Enquanto isso, o clima de incerteza se intensifica, com relatos de famílias preocupadas com despesas básicas como aluguel, alimentação e aquecimento, especialmente com a aproximação do inverno.

Bolsas globais

Os principais índices de Wall Street fecharam em queda nesta quinta-feira, pressionados pela guerra comercial entre EUA e China e por preocupações com a qualidade do crédito diante de perdas em bancos regionais.

O Dow Jones recuou 0,65%, aos 45.952,24 pontos, o S&P 500 caiu 0,63%, aos 6.629,07 pontos, e o Nasdaq teve perdas de 0,47%, aos 22.562,54 pontos.

Na Europa, os mercados encerraram o pregão em alta, impulsionados por fatores políticos e corporativos. Os investidores acompanham o voto de confiança no primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu, enquanto a Nestlé surpreendeu com recuperação nas vendas e u demissões, o que fez suas ações subirem mais de 8%.

Com isso, o índice STOXX 600 subiu 0,7%, enquanto o CAC 40, em Paris, avançou 1,38%. Em Frankfurt, o DAX teve alta de 0,38%, e em Londres, o FTSE 100 registrou ganho de 0,12%.

O FTSE MIB, em Milão, valorizou 1,12%, o IBEX 35, em Madri, subiu 0,48%, e o PSI 20, em Lisboa, fechou com alta de 1,08%.

Já as bolsas asiáticas fecharam com resultados variados nesta quinta-feira. Na China, os índices tiveram leve alta, sustentados por setores mais estáveis, mesmo com as disputas comerciais em andamento.

Em Hong Kong, o mercado oscilou ao longo do dia e terminou em leve queda. Já em outras regiões, o desempenho foi mais positivo, com destaque para Seul e Tóquio.

No fechamento, o índice de Xangai subiu 0,10% e o CSI300 avançou 0,26%. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,09%. O Nikkei, em Tóquio, teve alta de 1,27%. O KOSPI, em Seul, subiu 2,49%, o TAIEX, em Taiwan, avançou 1,36%, e o Straits Times, em Cingapura, caiu 0,33.

Notas de 5 e de 20 dólares dólar exportação

Reprodução/EPTV

*Com informações da agência de notícias Reuters.

Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Sair da versão mobile