Roberto Menescal e Cris Delanno lançam nesta terça-feira (17) o álbum “O lado B da bossa”, que reúne regravações de músicas menos conhecidas da bossa nova. O trabalho busca resgatar composições que ficaram à margem do repertório tradicional do gênero, mantendo a sonoridade característica da música Brasileira com influências do jazz.
O disco apresenta 12 músicas distribuídas em 11 faixas, com destaque para um medley que combina duas composições de Antonio Carlos Jobim, “Este seu olhar” e “Só em teus braços”, previamente lançadas em single. A base do álbum é o violão de Menescal e o canto de Cris Delanno, que ganham apoio de músicos como o pianista Adriano de Souza.
Entre as músicas resgatadas está “Ah, se eu pudesse”, parceria de Menescal com Ronaldo Bôscoli, lançada por Maysa em 1962 e depois regravada por outros cantores, mas que acabou esquecida pelo grande público. A escolha desta faixa para o álbum partiu de Delanno, que busca devolver visibilidade a obras clássicas, porém pouco exploradas.
O repertório inclui ainda canções como “Chora tua tristeza”, com scats típicos do gênero, “Deixa”, que recebe arranjos com órgão, e “Seu encanto”, uma valsa assinada por Marcos Valle e seus parceiros. A diversidade do disco mostra o alcance da bossa nova além dos hits mais conhecidos, com faixas que variam entre o samba-canção, sambinha e valsas.
A sonoridade do álbum mantém a leveza e o balanço da bossa nova, com interpretações que não buscam reinventar as obras, mas valorizam suas qualidades originais. O canto de Cris Delanno se mostra alinhado ao violão de Menescal, criando uma atmosfera suave e elegante que acompanha todas as faixas.
O álbum também traz versões de “Mentiras”, de João Donato, que tenta se distanciar da gravação icônica de Nana Caymmi, e “O negócio é amar”, de Carlos Lyra e Dolores Duran, reeditada com suavidade que respeita a parceria original do compositor com a cantora, popularizada por Nelson Gonçalves.
“O lado B da bossa” tem o propósito de retomar músicas que, apesar de não fazerem parte do repertório mais difundido da bossa nova, possuem importância na história e na evolução do gênero. O álbum busca ocupar um espaço nas playlists do público que aprecia a música brasileira, reforçando a atemporalidade desse estilo.
A obra destaca a convivência entre tradição e renovação, sem imposições interpretativas que possam soar definitivas. O trabalho reafirma a relevância da bossa nova como gênero musical capaz de se manter vivo através da revalorização de seus menos-explorados tesouros.
Menescal e Delanno, parceiros na execução e na seleção das canções, reforçam a ligação íntima entre intérprete e compositor e a dedicação ao canceloneiro brasileiro, reafirmando a importância da memória musical para a preservação e o estímulo ao interesse pela bossa nova.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com

