O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central registrou crescimento de 0,4% em agosto, após três meses consecutivos de queda, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (16). O desempenho indica uma recuperação na atividade econômica em comparação a julho, quando houve retração de 0,4%.

O IBC-Br é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e mede a evolução da economia brasileira com base em ajustes sazonais. O último crescimento mensal havia sido registrado em abril, também de 0,4%. No acumulado do ano até agosto, o índice apontou alta de 2,6%, enquanto no período de 12 meses a expansão foi de 3,2%.

O PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é utilizado para avaliar o desempenho econômico. A divulgação oficial do PIB, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), utiliza metodologia distinta do IBC-Br. Enquanto o IBGE considera o lado da demanda, o Banco Central calcula o IBC-Br com base na agropecuária, indústria, serviços e impostos.

A economia brasileira apresentou desaceleração no segundo trimestre, resultado previsto pelo mercado financeiro e pelo Banco Central devido ao aumento da taxa básica de juros, a Selic. Atualmente fixada em 15% ao ano, a maior desde 2004, a taxa está elevada para conter a inflação. O Banco Central sinaliza a manutenção desse patamar por um período prolongado, e analistas preveem cortes somente a partir de 2026.

Para 2025, o mercado financeiro estima crescimento do PIB em 2,16%, abaixo dos 3,4% registrados no ano anterior. A projeção oficial do Banco Central para 2024 é de expansão de 2,1%. De acordo com o BC, a desaceleração da economia é necessária para a convergência da inflação à meta oficial de 3%.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada em agosto, o Banco Central informou que o “hiato do produto” permanece positivo, indicando que a economia opera acima do potencial sem pressionar a inflação. O BC também apontou que a atividade econômica doméstica tem apresentado moderado crescimento, com variações entre setores e indicadores.

O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central na definição da taxa Selic. Um crescimento maior da atividade econômica pode aumentar pressões inflacionárias, influenciando a política monetária e a manutenção de juros elevados.

Em resumo, o avanço de 0,4% no IBC-Br em agosto sinaliza uma recuperação na atividade econômica após três meses de retração, mas a análise do Banco Central e do mercado indica que a desaceleração ainda deve prevalecer diante das medidas para controle da inflação.

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Fonte: g1.globo.com