O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo

O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, afirmou nesta quarta-feira (15) que espera formalizar em até duas semanas a linha de swap cambial de US$ 20 bilhões entre o Banco Central argentino e os Estados Unidos. O acordo visa reforçar as reservas internacionais argentinas e garantir maior estabilidade econômica antes das eleições legislativas marcadas para o final de outubro.

Caputo participou de um painel do Atlantic Council ao lado do presidente do Banco Central, Santiago Bausili, e detalhou que o objetivo é colocar em prática o apoio financeiro norte-americano “muito em breve”. A linha de swap permitiria uma troca temporária de moedas, oferecendo liquidez em moeda estrangeira sem a necessidade de contratos tradicionais de empréstimo.

O contexto político da negociação envolve o presidente americano Donald Trump, que condicionou o apoio financeiro à Argentina ao desempenho eleitoral do liberal Javier Milei, aliado ideológico e candidato nas eleições legislativas de 26 de outubro. Milei busca ampliar sua base no Congresso para garantir a continuidade das políticas econômicas de austeridade propostas por seu governo.

Donald Trump indicou que os Estados Unidos não continuariam a apoiar a Argentina caso el partido de Milei não alcance uma maioria suficiente no Congresso. Apesar disso, Caputo afirmou que as políticas econômicas da gestão Milei seguirão independentemente dos resultados eleitorais e que o governo trabalha em outras alternativas de financiamento ainda não divulgadas.

O apoio norte-americano tem sido alvo de críticas internas nos Estados Unidos, onde alguns opositores classificam a linha de swap como um resgate controverso, especialmente diante da concorrência argentina na exportação de soja para a China. Em resposta, Santiago Bausili destacou que o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, assegurou que a operação é independente de acordos comerciais com a China.

Scott Bessent confirmou que os EUA voltaram a comprar pesos argentinos no mercado aberto nesta semana e indicou que o governo Trump negocia com bancos e fundos de investimento uma linha de crédito adicional de US$ 20 bilhões para investir na dívida soberana da Argentina. Esse crédito funcionaria em paralelo ao swap cambial, totalizando um potencial apoio financeiro de até US$ 40 bilhões.

O secretário do Tesouro destacou que o suporte dos Estados Unidos dependerá da manutenção das políticas econômicas propostas pela administração Milei, independentemente do resultado das eleições. Bessent afirmou que uma vitória do partido La Libertad Avanza, de Milei, garantiria ao presidente argentino maioria suficiente para implementar reformas fiscais e de livre mercado sem reversões.

Essa estratégia busca oferecer estabilidade à terceira maior economia da América Latina, que enfrenta desafios frequentes relacionados à escassez de reservas em dólar e crises econômicas. O acordo financeiro se soma ao programa rigoroso de austeridade adotado pelo presidente argentino, que propõe a redução significativa do tamanho do Estado como solução para os problemas econômicos do país.

Em suma, a Argentina aguarda, nas próximas duas semanas, a implementação formal do acordo de swap cambial e o início de um pacote de apoio financeiro dos Estados Unidos condicionado ao cenário político local. O suporte dos EUA pretende ajudar a estabilizar a economia argentina e preservar a agenda implementada pelo governo Milei.

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Fonte: g1.globo.com