O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou o Brasil e seu encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante uma reunião com o líder argentino, Javier Milei, nesta quarta-feira (11), em Washington. Trump afirmou ter tido uma “boa conversa” com Lula, realizada por telefone no último dia 6, para tratar de temas econômicos, incluindo tarifas sobre produtos brasileiros.
Milei está nos Estados Unidos para negociar uma ajuda financeira para a Argentina. Em almoço com o presidente americano, Trump comentou sobre a relação dos Estados Unidos com países da América do Sul e justificou o apoio à Argentina como importante para o continente.
“Se a Argentina for bem, outros vão seguir o exemplo. E muitos outros já estão seguindo”, disse Trump. Ele citou o Brasil como exemplo de aproximação entre países sul-americanos e os Estados Unidos.
Durante a conversa com jornalistas, Trump também criticou o grupo dos BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, afirmando que o bloco busca enfraquecer o domínio do dólar no comércio global. Segundo o presidente norte-americano, a imposição de tarifas sobre produtos do grupo levou à saída de países do BRICS.
Lula e Trump conversaram por telefone em 6 de outubro. A ligação durou cerca de 30 minutos e abordou principalmente as tarifas de 50% impostas pelos EUA a produtos brasileiros. O governo brasileiro afirmou que Lula pediu a revisão dessas tarifas e o fim das sanções aplicadas a autoridades brasileiras em função do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Após o telefonema, Trump declarou que pretende visitar o Brasil em breve e se referiu a Lula como um “bom homem”. Ele afirmou que os dois líderes devem fechar acordos comerciais e que tanto ele quanto Lula farão visitas mútuas.
O tom da conversa entre Trump e Lula marcou uma mudança em relação à recente crise na relação bilateral, que se agravou devido às tarifas e aos comentários americanos sobre investigações envolvendo Bolsonaro. Lula havia acusado Trump de querer ser o “imperador do mundo” e criticado as sanções como ataques à soberania brasileira.
A retomada do diálogo entre os presidentes ocorre em meio a tensões comerciais e políticas na América do Sul, com o Brasil buscando interlocução direta com os Estados Unidos para evitar agravamento das medidas tarifárias.
A reunião entre Trump e Milei reforça a estratégia americana de ampliar influência e cooperação na região, destacando o papel econômico do continente na política externa dos EUA.
A negociação entre Brasil e Estados Unidos deve continuar nos próximos meses, com foco na revisão das tarifas e na ampliação do comércio bilateral.
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Fonte: g1.globo.com
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