O Banco Central do Brasil (BC) determinou que todas as

O Banco Central do Brasil (BC) determinou que todas as instituições financeiras bloqueiem transações para contas suspeitas de envolvimento em fraudes a partir de setembro, com prazo até esta segunda-feira (13) para adaptação dos sistemas. A medida visa impedir a atuação do crime organizado no sistema financeiro, fortalecendo os protocolos de segurança contra fraudes.
De acordo com o BC, a regra abrange transações feitas por qualquer instrumento de pagamento e exige que os bancos utilizem todas as informações disponíveis, incluindo dados públicos e privados, para analisar suspeitas de fraude. Os clientes devem ser comunicados quando suas contas forem bloqueadas por suspeita.
Essa iniciativa integra um conjunto de ações do Banco Central para coibir crimes financeiros e lavagem de dinheiro, especialmente diante do aumento de ataques cibernéticos e esquemas criminosos identificados no país. Em outubro, o BC já havia adotado medidas para bloquear chaves PIX vinculadas a fraudes, impedindo novas transações por esses usuários.
Além disso, o Banco Central implementou limites menores para transferências via PIX e TED, fixados em R$ 15 mil para instituições de pagamento não autorizadas e aquelas que atuam por meio de Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs). Novas regras tornam obrigatória a aprovação prévia do BC para o registro de instituições financeiras, que agora devem comprovar certificação técnica para operar no sistema.
Instituições de pagamento não autorizadas realizam atividades financeiras sem a permissão do BC, o que aumenta os riscos de fraudes, lavagem de dinheiro e perdas econômicas. Empresas que fornecem serviços de tecnologia ao sistema financeiro também são alvo de regulamentação, embora não operem diretamente com recursos.
Nos últimos meses, ataques hacker a empresas ligadas ao sistema financeiro evidenciaram a vulnerabilidade do setor. Em setembro, a fintech Monbank sofreu um ataque que desviou R$ 4,9 milhões, dos quais R$ 4,7 milhões foram recuperados. No mesmo mês, a Sinqia reportou o desvio de cerca de R$ 710 milhões em transações não autorizadas após invasão em seus sistemas. Em julho, a C&M Software, prestadora de serviços tecnológicos para o BC, também comunicou ter sido alvo de ataque.
Outra operação da Polícia Federal desarticulou um esquema bilionário relacionado ao setor de combustíveis, comandado pela facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O grupo usava fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro, mascarar transações e ocultar patrimônio, deixando de pagar mais de R$ 7,6 bilhões em impostos e apresentando irregularidades ao longo da cadeia produtiva e distributiva de combustíveis.
Essas ações reforçam a estratégia do Banco Central de ampliar a supervisão e a fiscalização das atividades financeiras no país, protegendo o sistema contra crimes financeiros e garantindo maior transparência nas operações. O cumprimento da nova regra de bloqueio de contas suspeitas é um passo para reduzir o uso indevido das transações eletrônicas por organizações criminosas.
—
Palavras-chave relacionadas: Banco Central, fraudes financeiras, crime organizado, bloqueio de transações, contas suspeitas, PIX, ataques hacker, lavagem de dinheiro, instituições financeiras, segurança financeira.
Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com