O Tesouro da Argentina intensificou a venda de

O Tesouro da Argentina intensificou a venda de dólares para conter a queda do peso nesta semana, enquanto o governo aguarda um eventual apoio financeiro dos Estados Unidos. A pressa ocorre diante da redução dos recursos oriundos de um acordo especial com exportadores agrícolas e a proximidade das eleições de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro.
Segundo estimativas do mercado, o Tesouro já vendeu mais de US$ 1,6 bilhão nos últimos seis pregões para sustentar a moeda local, embora o Ministério da Economia mantenha silêncio sobre suas operações cambiais. A redução dos dólares obtidos pelo esquema de imposto de renda com retenção zero tem agravado a pressão sobre o peso, que opera próximo ao limite superior de sua banda flutuante, perto de 1,430 pesos por dólar.
O ministro da Economia, Luis Caputo, está nos Estados Unidos em busca de um acordo bilateral que incluiria um swap cambial de até US$ 20 bilhões para reforçar as reservas internacionais e estabilizar a moeda. Enquanto os investidores aguardam os detalhes desse suporte, os títulos argentinos denominados em dólar têm registrado queda.
Analistas sugerem que, após as eleições, o governo pode adotar uma nova estratégia com uma taxa de câmbio mais livre e redução das taxas de juros reais, buscando um equilíbrio que permita o acúmulo de reservas e a rolagem da dívida pública de forma mais sustentável. A fragilidade do peso chega em um momento crítico para o presidente Javier Milei, que enfrenta desafios para consolidar seu governo com apoio limitado do Congresso.
Os operadores financeiros monitoram a atuação do Tesouro e projetam um possível limite para a intervenção do banco central, especialmente se o câmbio ultrapassar a marca de 1.480 pesos por dólar. Caso isso ocorra, a autoridade monetária deverá entrar no mercado vendendo reservas para conter a desvalorização.
A atenção dos mercados se intensifica à medida que faltam poucas semanas para o pleito eleitoral, que será um termômetro para a condução das políticas econômicas e cambiais do atual governo. Neste contexto, a combinação entre medidas internas e apoio externo busca reduzir a volatilidade do peso e a incerteza no cenário econômico local.
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Fonte: g1.globo.com
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