A Reag Capital Holding cancelou na noite desta terça-feira (7) seu registro como companhia aberta, conforme decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após ser alvo de uma megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis em São Paulo. Com isso, a empresa deixa de emitir valores mobiliários e sai da bolsa de valores, passando a atuar como empresa de capital fechado.
O cancelamento do registro implica que a Reag Capital Holding não terá mais suas informações e títulos disponíveis para negociação pública. Segundo comunicado da companhia, não houve mudanças na composição acionária com essa medida.
A Reag Investimentos, controlada pela holding, foi investigada durante a megainvestigação ocorrida em agosto, que objetivou desarticular um esquema bilionário de fraudes e lavagem envolvendo o setor de combustíveis. A operação foi considerada a maior já realizada no Brasil contra o crime organizado.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da Reag, localizada na Avenida Faria Lima, em São Paulo. As investigações indicaram que a Reag teria sido usada para criar fundos de investimento com o objetivo de comprar empresas e proteger o patrimônio dos envolvidos.
Além da Reag, outras fintechs, fundos de investimento e entidades do setor financeiro foram apontados pelos investigadores como participantes do esquema criminoso, que passou por várias etapas da produção e distribuição de combustíveis.
Em nota oficial, a Reag afirmou que nunca manteve relações com grupos criminosos, incluindo o PCC, ou com atividades ilícitas. Também ressaltou que suas operações seguem os padrões legais e normas de governança, compliance e auditoria.
No início de setembro, a holding anunciou a venda de 87,38% das ações para a Arandu Partners Holding, formada pelos principais executivos da própria Reag. O valor da transação está estimado em R$ 100 milhões, com possibilidade de pagamento adicional vinculado ao desempenho futuro da empresa em até cinco anos.
O fundador e presidente do conselho de administração, João Carlos Falbo Mansur, renunciou ao cargo no mesmo período, formalizando sua saída da companhia.
Além disso, a Reag firmou acordo de exclusividade com a B100, holding controladora da Planner Corretora, para negociar a venda da Ciabrasf, empresa administradora de fundos e custódia com cerca de R$ 340 bilhões sob gestão.
A saída da Reag Capital Holding do segmento de companhias abertas marca uma reestruturação diante dos desdobramentos da megaoperação contra o PCC, com mudanças na administração e estratégias de negócios alinhadas às investigações em curso.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com
