Touros puladores são raros e resultado de seleção

Touros puladores são raros e resultado de seleção genética específica para rodeios, segundo o veterinário Marcos Guerra. Embora a imagem comum associe touros a saltos e giros bruscos durante as montarias, apenas cerca de 1% dos animais apresentam esse comportamento.

O público vê os touros “atletas” nos rodeios que ocorrem pelo país, onde a altura e rapidez dos pulos influenciam a pontuação dos competidores. No entanto, a maioria dos touros não tem a habilidade de pular, e isso não está relacionado ao aperto nos testículos, como acredita o mito popular. Guerra explica que a corda chamada sedém, colocada na virilha dos animais, não exerce pressão suficiente para estimular esse movimento.

A característica do pulo está presente principalmente em touros resultantes do cruzamento entre raças zebuínas e europeias. Esses animais não são castrados, pois os hormônios sexuais contribuem para o desenvolvimento muscular necessário às suas performances no rodeio.

O mercado brasileiro de montaria movimenta valores elevados. Segundo Rodrigo Martins, ex-peão e criador de touros, um animal qualificado para rodeio pode valer até R$ 1 milhão, superando o preço de bois destinados ao corte. Essa valorização está ligada à dificuldade de encontrar e preparar os touros puladores.

Os profissionais responsáveis por identificar esses animais são os tropeiros, que atualmente fazem o trabalho de seleção e treinamento essencial para o esporte. No passado, esses caçadores de touros eram conhecidos como olheiros. Wagner Ricardo de Camargo Martins, tropeiro, compara essa busca ao funcionamento de categorias de base no futebol, destacando a importância da descoberta e lapidação do animal para o mercado.

O universo da montaria está em evidência com a estreia da série “Vida de rodeio”, programada para a terça-feira (7), na Globo. A produção é resultado de uma colaboração entre o Globo Rural e o Núcleo de Documentários do Jornalismo da emissora.

Além de apresentar a rotina dos competidores, a série também aborda o processo de criação e melhoramento genético focado nos touros que participam das competições. Técnicas como inseminação artificial e fertilização in vitro são usadas para aprimorar as características físicas e comportamentais desses animais.

Esses avanços genéticos reforçam a ideia de que o rodeio vai além da tradição, envolvendo estratégias modernas para garantir animais com o perfil ideal para montaria. O destaque é para a seleção rigorosa, que mantém a qualidade e impulsiona o legado da atividade no país.

A compreensão correta do perfil dos touros puladores desmonta alguns dos mitos que circulam em torno desses animais, tornando evidente a relação entre genética, manejo e performance. A discussão sobre o tema contribui para maior conhecimento do público sobre a dinâmica e os desafios do rodeio.

Palavras-chave:
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Fonte: g1.globo.com