Os agricultores de soja dos Estados Unidos enfrentam

Os agricultores de soja dos Estados Unidos enfrentam perda de mercado na China, que deixou de comprar soja americana desde maio em resposta a tarifas aplicadas por Washington. A China aumentou a taxa sobre a soja dos EUA para 20% em abril, e desde então os agricultores norte-americanos não registram vendas para o maior comprador mundial.

A safra atual dos EUA começou em setembro, e até o momento nenhuma soja foi vendida aos chineses. Enquanto isso, o Brasil emergiu como o principal concorrente no mercado chinês, com exportações que continuam crescendo. Entre junho e agosto, o Brasil exportou cerca de 68 milhões de toneladas de soja para a China, enquanto os EUA praticamente não venderam grãos ao país asiático no mesmo período.

A Federação de Fazendeiros dos Estados Unidos (American Farm Bureau Federation) alerta que a demanda chinesa por soja não diminuiu, mas foi redirecionada para os produtores da América do Sul, incluindo Brasil e Argentina. Segundo a associação, essa mudança indica uma transferência significativa de participação de mercado, com impacto direto sobre os agricultores norte-americanos.

Em setembro, a Associação Americana de Soja também destacou a perda de espaço para os concorrentes sul-americanos e cobrou do governo Trump um acordo comercial que restabeleça as exportações americanas à China. A associação apontou que a ausência de vendas da nova safra para o país asiático permitiu que Brasil e Argentina fortaleçam sua presença no mercado, prejudicando os agricultores dos EUA.

Como resposta, o governo Trump planeja lançar um pacote de ajuda para os produtores norte-americanos, com recursos estimados entre US$ 10 bilhões e US$ 14 bilhões. O objetivo é compensar as perdas provocadas pela queda nas exportações para a China e ajudar o setor a enfrentar as consequências da disputa comercial.

A influência dos produtores brasileiros no mercado chinês deve continuar crescendo, enquanto os agricultores dos EUA buscam alternativas para enfrentar a redução das vendas internacionais. O governo americano tenta mitigar os efeitos econômicos dessa situação enquanto negociações e ajustes comerciais seguem em andamento.

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Fonte: g1.globo.com