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O estado de São Paulo registrou quatro casos

O estado de São Paulo registrou quatro casos
  • Publishedoutubro 7, 2025

O estado de São Paulo registrou quatro casos de deepfakes sexuais em escolas entre 2023 e 2025, segundo levantamento da SaferNet Brasil divulgado nesta segunda-feira (6). No Brasil, foram identificados 16 casos em 10 unidades da federação envolvendo ao menos 72 vítimas.

Deepfakes sexuais são imagens ou vídeos com conteúdo sexual ou de nudez produzidos por inteligência artificial (IA) sem o consentimento das pessoas retratadas. A prática viola a privacidade e a dignidade das vítimas, majoritariamente adolescentes.

O estudo “Uso indevido de IA generativa: perspectivas sobre riscos e danos centradas nas crianças” é conduzido pela SaferNet, ONG que monitora o mau uso da IA para crimes contra crianças e adolescentes. A pesquisa é financiada pelo fundo SafeOnline, gerido pela Unicef, e abrange casos entre 2023 e 2025.

A tecnologia generativa de IA cria imagens sintéticas ou altera fotos e vídeos reais para montar cenas hiper-realistas com rostos e corpos modificados. Essa capacidade tem sido utilizada para fabricar deepfakes sexuais, principalmente em ambiente escolar, onde convivem os agressores e as vítimas.

Em um caso em Itapetininga, interior paulista, pais denunciaram em setembro a manipulação de imagens de nudez feitas por um colega usando IA. A polícia registrou o boletim de ocorrência e o estudante foi suspenso da escola particular.

Outro caso ocorreu em Itararé, também no interior paulista, onde dois adolescentes de 15 e 16 anos são investigados pela Polícia Civil por criar deepfakes sexuais de estudantes em escola estadual. A denúncia foi registrada em setembro de 2023 e tipificada como simulação de participação de criança ou adolescente em cena de sexo.

Além de São Paulo, outros estados com casos registrados são Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. No total, 57 agressores foram identificados, todos menores de 18 anos na época dos fatos.

A maioria dos casos ocorreu em escolas privadas, mas a SaferNet ressalta que o número real pode ser maior, considerando relatos não divulgados pela imprensa. A ONG confirmou três casos adicionais sem cobertura midiática, envolvendo ao menos 10 vítimas e um agressor no Rio de Janeiro e Distrito Federal.

A falta de monitoramento oficial sobre esses crimes e o pouco avanço nas investigações dificultam a compreensão da dimensão do problema, alerta a SaferNet. A organização destaca a necessidade de respostas públicas que considerem a especificidade dos adolescentes envolvidos, tanto como vítimas quanto como autores dos atos.

Para ampliar o conhecimento sobre o tema, a SaferNet abriu uma pesquisa para coletar relatos de vítimas e testemunhas de forma anônima e segura, com apoio psicológico disponível. O objetivo é elaborar um relatório inédito no Brasil e orientar melhores políticas públicas e medidas adequadas, com ênfase em abordagens não restritivas para os envolvidos menores de idade.

“A voz das vítimas é essencial para dimensionar o problema e ajudar outros adolescentes”, afirmou Juliana Cunha, diretora de projetos especiais da SaferNet. Segundo ela, as recomendações da pesquisa poderão contribuir para respostas mais efetivas no enfrentamento desses crimes no ambiente escolar.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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Caio Marcio

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