O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira (6) de uma videoconferência com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Palácio da Alvorada, em Brasília, para discutir temas comerciais em meio à imposição de tarifas americanas sobre produtos brasileiros.
A conversa foi realizada por volta das 10h30, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Internacionais) e Sidônio Palmeira (Secom). A reunião virtual ocorre após uma aproximação inicial entre Lula e Trump na Assembleia Geral da ONU em Nova York, no mês passado, quando houve um breve contato e a manifestação de interesses para diálogo futuro.
O diálogo integra uma estratégia para esclarecer pontos de convergência e divergência nas negociações comerciais e tentar estabelecer uma relação de confiança entre os dois líderes. Auxiliares de Lula optaram por iniciar o contato por videoconferência antes de considerar uma reunião presencial.
A relação entre os dois presidentes é considerada delicada, marcada por idas e vindas de posicionamentos, conforme relatos de diplomatas brasileiros. O temor é que integrantes da equipe de Trump tentem dificultar a aproximação, o que demanda cautela por parte da diplomacia do Brasil.
O contexto da videoconferência inclui a imposição de sobretaxas progressivas pelo governo americano, que atingiram até 50% sobre cerca de 36% das exportações brasileiras para os Estados Unidos a partir de 6 de agosto. O chamado “tarifaço” foi justificado por Trump com alegações econômicas, como um suposto déficit comercial com o Brasil, e também por questões políticas relacionadas ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante a Assembleia Geral da ONU, Lula reafirmou respeito à independência do Judiciário brasileiro e à soberania nacional, condições que, segundo ele, não são negociáveis. Ao mesmo tempo, demonstrou abertura para discutir temas comerciais com os Estados Unidos, incluindo regulação de grandes empresas de tecnologia e exploração de terras raras, áreas de interesse americano.
O pacote de tarifas adotado por Trump provocou preocupações no governo brasileiro, que passou a buscar alternativas para manter e ampliar o comércio com os Estados Unidos, buscando canais de diálogo direto com a liderança americana. A videoconferência foi, portanto, um passo importante para tentar minimizar impactos econômicos e iniciar conversas mais aprofundadas entre os países.
Até o momento, não houve confirmações sobre a continuidade das negociações ou novas reuniões agendadas entre Lula e Trump. O governo brasileiro mantém a intenção de construir uma relação de diálogo que possa beneficiar ambas as partes.
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Fonte: g1.globo.com
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