A balança comercial do Brasil registrou superávit de

A balança comercial do Brasil registrou superávit de US$ 3 bilhões em setembro de 2025, um resultado 41% menor que o mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). A queda está associada à redução das exportações brasileiras para os Estados Unidos, afetadas pelas tarifas aplicadas pelo governo americano desde agosto.
As exportações brasileiras para os EUA caíram 20,3% em setembro, passando de US$ 3,23 bilhões em 2024 para US$ 2,58 bilhões em 2025. Ao mesmo tempo, as importações de produtos norte-americanos subiram 14,3%, de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 bilhões. Isso resultou em um déficit comercial de US$ 1,77 bilhão para o Brasil no mês passado, o nono mês consecutivo com saldo negativo nas trocas comerciais entre os dois países.
O déficit recente é o maior registrado em 2025, ampliando uma tendência iniciada em dezembro de 2024, último mês em que o Brasil teve superávit comercial com os EUA. Nos primeiros nove meses do ano, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 29,3 bilhões, enquanto as importações cresceram quase 12%, alcançando US$ 34,3 bilhões.
A expansão das tarifas americanas, definidas pelo presidente Donald Trump e aplicadas progressivamente desde o início do ano, culminou em uma sobretaxa de 50% sobre cerca de 35% das exportações brasileiras para os Estados Unidos a partir de 6 de agosto. O governo norte-americano justificou as medidas com alegações econômicas, como um suposto déficit comercial brasileiro, e questões políticas relacionadas a processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a liberdade de expressão.
Além do impacto sobre o comércio bilateral com os EUA, o Brasil registrou aumento nas exportações para outros mercados em setembro. As vendas para a China cresceram 14,7%, para o Mercosul subiram 27,6% e para a América Central e Caribe, 29%. Ao contrário, houve queda significativa nas vendas para os Estados Unidos e para o continente africano.
No acumulado do ano, a balança comercial brasileira apresenta superávit de US$ 45,5 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, uma redução de 22,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando o saldo foi de US$ 58,7 bilhões. A diminuição reflete um aumento mais pronunciado nas importações do que nas exportações: as compras estrangeiras cresceram 8,2%, somando US$ 212,3 bilhões, enquanto as vendas externas subiram apenas 1,1%, alcançando US$ 257,8 bilhões.
Empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço americano solicitaram auxílio financeiro ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com pedidos que somam mais de R$ 5 bilhões. O aumento dessas solicitações reflete os desafios enfrentados por setores prejudicados pelas barreiras comerciais.
Diante do cenário, o MDIC revisou para cima a projeção de superávit comercial do Brasil em 2025. Agora, estima-se um saldo positivo de US$ 60,9 bilhões, ante a previsão anterior de US$ 50,4 bilhões, indicando expectativa de recuperação no segundo semestre.
Esta reportagem está em atualização.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com