Cururueiros de angatuba realizam desafios de rimas para pres

Um grupo de cururueiros da zona rural de Angatuba (SP) mantém a tradição do repente paulista ao realizar desafios de rimas e violas no bairro da Batalheira, do Arealzinho e do Cerro. Os encontros buscam preservar o cururu, prática musical que envolve improvisação e versos ao som da viola, e que tem suas raízes no folclore brasileiro.

José Orlando, conhecido como Joinha, começou a cantar cururus ainda criança, no bairro da Batalheira, e desde então dedica-se a manter as rimas e regras do gênero. O cururu, segundo pesquisadores, mistura influências indígenas, africanas e jesuíticas, configurando-se como uma herança cultural presente nas regiões rurais do interior paulista.

Nas rodas de cururu, os cantadores se posicionam frente a frente para criar versos improvisados sobre temas cotidianos, sociais e políticos, sempre mantendo o bom humor como característica. O desempenho requer habilidade musical e vocação para a improvisação, elemento fundamental na continuidade da tradição.

Além de Angatuba, jovens como Gustavo Miranda, em Porto Feliz (SP), também se envolvem na prática para preservar a cultura local. Gustavo relata que começou a cantar aos 12 anos, inicialmente sem que os familiares soubessem, e passou a aprimorar sua técnica com o tempo.

Durante os encontros, nomes como Jair Aureliano e Mingo Sardela acompanham as cantorias ao som de viola, conduzindo o espetáculo e mantendo o costume vivo. O objetivo dos cururueiros é transmitir a cultura de geração para geração, preservando o cururu como parte do patrimônio do interior paulista.

A prática do cururu reforça laços sociais e culturais nas comunidades rurais, além de contribuir para a valorização da música regional. Eventos como os desafios de rimas promovem o intercâmbio entre cantadores e o fortalecimento de uma identidade ligada ao campo paulista.

A reportagem que apresenta essa tradição foi exibida no programa Nosso Campo no dia 5 de outubro de 2025, destacando a importância da manutenção do patrimônio cultural por meio das batalhas de rimas e da viola.

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Fonte: g1.globo.com